Movimento
nas redes sociais pede o fim da monetização dos ataques de ódio recorrentes no
programa de TV apresentado por Sikêra.
Desde segunda-feira, 28, o movimento "Sleeping Gigants Brasil" realiza uma série de mobilizações nas redes sociais questionando empresas que apoiam o programa Alerta Amazonas, da Rede/TV, apresentado por Sikêra Jr, e se elas compactuam com o discurso de ódio pregado por ele.
Assim, o custo da série de ataques de ódio promovida pelo apresentador Sikêra Jr começa a aparecer nas contas da Rede/TV, que já perdeu pelo menos seis parceiros comerciais. Mobilização teve início após o mais recente caso de homofobia por parte do apresentador que na última sexta-feira, 25, que se referiu a gays e lésbicas como "raça desgraçada" ao comentar sobre a campanha sobre diversidade feita pela rede de fast-food Burgur King.
Forte aliado do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), Sikêra Jr compartilha de discurso reacionário diante de pautas sociais e de temas como igualdade de gênero e orientação sexual. Durante apresentação de seu programa, Sikêra já chegou a mencionar que não saberia o que fazer caso tivesse um filho membro da comunidade LGBTQIA+, pois não poderia matá-lo. "Já pensou ter um filho viado e não poder matar", afirmou o apresentador no começo deste ano.
Com
histórico de ataques, ofensas, discriminação e até mesmo ameaças, o Ministério
Público Federal entrou com uma ação judicial contra o apresentador e a
emissora, solicitando uma multa de R$ 10 milhões por danos morais coletivos. A
entidade pontua que as ações de ambos foram discriminatórias e preconceituosas
e geraram danos para toda comunidade LGBTQIA+.
Retiraram patrocínios e pontuaram não concordar com os ataques feitos por Sikêra e a omissão da Rede/TV diante dos fatos recorrentes: Hapvida, TIM, MRV, Magazine Luiza, Kicaldo Alimentos e Novo Mundo. As marcas declararam que não patrocinam mais o programa apresentado por Sikêra e nem estabelecem qualquer relação comercial com a Rede/TV.
Em
reposta às cobranças nas redes sociais, a Magazine Luiza afirma ser
"contra qualquer forma de LGBTfobia" e que nunca será conivente com
tal prática. "Não patrocinamos o programa, mas havia anúncios sendo
exibidos de forma automática pelo Youtube no canal (da Rede/TV). Eles já foram
bloqueados e não serão mais exibidos", complementa o posicionamento.
A
construtora MRV frisou de forma mais incisiva que diante da recorrência de
discriminação promovida por Sikêra Jr, o programa Alerta Amazônia deixou de
fazer parte dos planos de mídia da empresa. "A MRV acredita na diversidade
e não compactua com qualquer forma de preconceito".
Em
resposta a uma seguidora nas redes sociais que pressionava a Novo Mundo com a
hashtag "#desmonetizasiqueira", cobrando o fim dos patrícios ao
apresentador, a empresa reagiu: "A família Novo Mundo acredita que onde
tem amor tem família! Por isso não compactuamos com nenhuma forma ou expressão
de preconceito". A empresa finaliza anunciando que também rompeu os
contratos de patrocínio com o Alerta Amazonas e o Alerta Nacional.
A
rede de saúde Hapvida também se posicionou após cobranças nas redes sociais:
"Não apoiamos forma alguma de preconceito, seja social, de credo, raça,
gênero ou orientação sexual. No momento, suspendemos o patrocínio do Alerta
Amazonas. Estamos sempre trabalhando por uma sociedade mais saudável".
Por
meio de nota, a TIM destaca que não "está ligada a movimentos, nem
compactua com disseminação de notícias falsas e discursos de ódio" e que
desde que tomou conhecimento do mais recente ataque discriminatório, ainda na
sexta-feira, 25, suspendeu a exibição de anúncios no canal do Youtube da
Rede/TV e nas transmissões do programa de Sikêra Jr.
A
Kicaldo Alimentos se manifestou também, por meio do Instagram, informando que
não faz mais parte do programa Alerta Amazonas.
A
hashtag pedindo o fim dos patrocínios ao apresentador se manteve como um dos
assuntos mais comentados no Twitter desde segunda-feira, 28, e reúne mais de 27
mil publicações sobre o tema. A maior parte das postagens usando a tag é feita
por consumidores que estão indo nas redes sociais de empresas patrocinadoras do
Alerta Amazonas cobrando um posicionamento e a suspensão dos contratos
comerciais que beneficiem Sikêra Jr.
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