Presidente faz campanha pela reeleição em Betim, na região metropolitana de BH, uma semana após Lula também visitar capital mineira. Agenda prevê 'motociata' e comícios.
O presidente Jair Bolsonaro
teve agenda de campanha na tarde desta quarta-feira (24) em Betim, na região
metropolitana de Belo Horizonte.
Ele desembarcou no início da
tarde no aeroporto da Pampulha e seguiu em comboio para Betim. Na cidade, ele
deve se encontrar com prefeitos da região. Antes, Bolsonaro vai participar de
um comício.
Enquanto o comício não
começava, ele conversou com os apoiadores. O presidente criticou a operação
autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes
contra empresários suspeitos de defender um golpe no país em mensagens de
celular.
"O que aconteceu no
tocante aos empresários agora, esses oito empresários. Dois, eu tenho contato
com eles, o Luciano Hang e Meyer Nigri. Cadê aquela turminha da Carta pela
Democracia? A gente sabe que época de campanha, continuam lobos em pele de
cordeiro. Acreditar que eles são democratas e nós não somos? Cadê a turminha da
Carta pela Democracia?"
A carta, divulgada em ato no
dia 11, uniu artistas, estudantes, intelectuais e juristas na defesa do sistema
eleitoral brasileiro e do Estado Democrático de Direito. Os reiterados ataques
sem provas e já desmentidos de Bolsonaro às urnas eletrônicas foi um dos fatos
que geraram o movimento pela carta.
O candidato à reeleição
repetiu críticas feitas nos últimos anos aos governos do PT e aos governantes
de esquerda na América Latina. Bolsonaro também voltou a comparar a situação do
Brasil com a de países europeus.
"Olha como está a
Europa com a crise, onda de calor, incêndios, lugares que tanto criticaram o
Brasil. Olha a Alemanha, buscando novamente energia suja, com carvão. Europa
toda está mudando a legislação ambiental. Não tem mais [que] reservar 20% das
suas terras, estão com problemas de alimentos. Além da inflação, se começa a
ver desabastecimento em alguns daqueles países. O Brasil não passa por esses
problemas", disse Bolsonaro.
Prefeitos e religiosos
No mesmo evento, após
conversar reservadamente com esse grupo, Bolsonaro discursou por cerca de meia
hora. O candidato à reeleição defendeu a atuação do governo durante a pandemia
de Covid e os dados atuais da economia.
"Mesmo durante a
pandemia, fizemos muito pelo Brasil. E tanto é verdade que a nossa taxa de
desemprego no próximo mês estará assim, abaixo de 9%. Nunca se criou tantos
empregos no Brasil, numa política econômica acertada pela equipe do [ministro
da Economia] Paulo Guedes", disse.
Bolsonaro também pediu que
os prefeitos e líderes religiosos no local participem de atos cívicos no 7 de
Setembro, quando serão comemorados os 200 anos da Independência do Brasil, e
disse que em atos de seus apoiadores "não existe vandalismo".
Em 2021, a data foi usada
por Bolsonaro para atacar o sistema eleitoral, o Supremo Tribunal Federal (STF)
e ministros da Corte. Dias depois, Bolsonaro divulgou uma carta elaborada com a
ajuda do ex-presidente Michel Temer (MDB) para dizer que não tinha a
"intenção de agredir" os poderes.
"Também peço a vocês,
no seu respectivo município, participe do 7 de Setembro, momento de nós
mostrarmos para os outros que as nossas cores são verde e amarelo. Que nós
queremos a paz, a tranquilidade, a democracia, queremos a liberdade. Em
movimentos nossos, não existe vandalismo", afirmou.
'Motociata' e novo comício
Depois do evento em Betim,
Bolsonaro voltou para região da Pampulha, em Belo Horizonte, e foi em
"motociata" até a praça da Liberdade, região Centro-Sul da capital
mineira.
Na praça, Bolsonaro fez um
novo pronunciamento de cerca de 20 minutos. O candidato repetiu frases já ditas
na entrevista ao Jornal Nacional e em outros eventos de campanha – e fez uma
defesa da agenda conservadora para o país.
"Não queremos a volta
da corrupção, não queremos a volta daqueles que defendiam e defendem, ainda, a
ideologia de gênero. Não queremos a liberação das drogas, não queremos a
legalização do aborto. Queremos é a defesa da família, queremos o culto aos
nossos símbolos, queremos a liberdade de religião e expressão. Queremos, cada
vez mais, [dizer] que somos um país livre", disse.
Disputa por Minas
Bolsonaro e seu rival na
disputa eleitoral, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que lidera as
pesquisas de intenção de voto, decidiram investir em Minas Gerais no início de
suas campanhas.
Vencer no estado é
considerado por analistas políticos como um passo importante para o candidato
ser vitorioso nacionalmente.
Segundo o Tribunal Superior
Eleitoral (TSE), Minas é o segundo maior colégio eleitoral. São mais de 16
milhões de eleitores ou 10,4% do eleitorado brasileiro.
Lula fez um comício em Belo
Horizonte na quinta-feira da semana passada (18). Bolsonaro, no primeiro dia
oficial da campanha, na terça-feira (16) da semana passada, visitou Juiz de
Fora.
Fonte: G1.
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