Acusado disse que a
submetralhadora usada pode ter sido retirada de algum arsenal apreendido pela
Polícia Civil (PC).
Assassino confesso da
vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, Ronnie Lessa disse,
nessa terça-feira (27/8), acreditar que a submetralhadora utilizada por ele
para a execução tenha sido retirada de algum arsenal de armas apreendido pela
Polícia Civil (PC).
O promotor Olavo Evangelista
Pezzotti, representante da PGR, questionou Lessa, delator do caso, sobre o
destino da submetralhadora HK MP5 utilizada no crime. Para o matador, a
possibilidade vai da pressa na devolução da arma imposta por Domingos Brazão,
pois o armamento precisava ser devolvido antes que a ausência fosse notada.
Domingos é apontado por
Lessa como o mandante do crime, conforme a delação premiada.
Em depoimento, Lessa contou
que a submetralhadora foi entregue por Edmilson Oliveira da Silva, o Macalé,
que atuou como intermediário entre Lessa e os irmãos Domingos e Chiquinho
Brazão — Macalé disse a ele que obteve a HK MP5 com um assessor de Domingos,
Robson Calixto Fonseca, conhecido como Peixe, o qual também é réu no duplo
homicídio.
“O que nos garante que essa
arma não saiu das apreensões da Polícia Civil? Quem nos garante que já teria
sido dada baixa nela, ou seja, que seria destruída? Nós tínhamos uma peça importante
ao nosso lado, que era o doutor Rivaldo (Barbosa), que era o chefe da Polícia
Civil e, no passado, havia sido responsável pela DFAE (antiga Delegacia de
Fiscalização de Armas e Explosivos, que atualmente se transformou na
Coordenadoria de Fiscalização de Armas e Explosivos)”, destacou Lessa.
Relembrando seu tempo como
policial militar, o delator explicou que “esse processo de registro na DFAE
durava 40 dias. Não sei quem pediu para ele (Rivaldo), se foi o Allan
(Turnowski) ou o Túlio Pelosi, para agilizar para mim, porque a minha Glock
(pistola) antiga estava toda arranhada. Quem assinou a minha cautela, que saiu
em um dia, foi o doutor Rivaldo”.
O primeiro dia de depoimento
de Ronnie Lessa na audiência de instrução e julgamento da ação penal contra os
mandantes da execução da parlamentar no Supremo Tribunal Federal (STF) ocorreu
nessa terça-feira. O depoimento continuará durante a tarde desta quarta-feira
no STF.
Por: gazetaweb.com
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