Rondônia e Espírito Santo já
se disponibilizaram a receber pacientes.
Um primeiro paciente foi removido
ontem (2), da cidade de Bonito, para a capital de Rondônia, Porto Velho,
invertendo o fluxo de transferências inaugurado em janeiro, quando a situação
era inversa e Mato Grosso do Sul recebia pessoas remanejadas de Rondônia, então
às voltas com a falta de leitos hospitalares.
Segundo o secretário
estadual de Saúde, Geraldo Resende, outros estados, como o Espírito Santo,
também já se ofereceram para receber pacientes do Mato Grosso do Sul.
“Aceitamos a oferta de Rondônia e vamos aceitar também a ajuda humanitária que
nos foi oferecida pelo estado do Espírito Santo”, afirmou o secretário, ontem
(2), quando revelou que o governo de Rondônia já colocou dez vagas de Unidade
de Terapia Intensiva (UTI) à disposição.
Hoje (3), a secretaria
estadual de Saúde confirmou a mais 2.470 novos casos da doença. Ontem (2),
foram registrados 2.176 casos. Na terça-feira (1), 1.952. Na segunda-feira
(31), 1.619. Com os resultados, a média móvel de casos passou de 1.747 no
último dia 30, para 2.003, hoje – o pior resultado dos últimos 21 dias.
A média móvel de mortes
também aumentou ao longo das últimas três semanas, saltando de 29, no último
dia 14, para 49,9 nesta quinta-feira. Só hoje foram confirmados mais 59 óbitos.
Ao confirmar a transferência
de pacientes para outros estados, o secretário estadual de Saúde classificou a
situação sul-mato-grossense como “um quadro horrível”. De acordo com Resende,
embora o governo estadual esteja instalando novos leitos clínicos e de UTI, a
demanda por vagas de UTI em Campo Grande já supera a oferta. Em outras
localidades, a taxa de ocupação está perto do limite.
“O número de casos é
extremamente elevado […] O de internados bateu recordes, com a taxa de ocupação
de 102% na capital. E no restante do estado, a taxa está perto de atingir os
100%. É um quadro dramático, muito grave, o que estamos vivendo”, disse
Resende, afirmando que, infelizmente, o número de pessoas internadas pela
doença só diminuiu entre terça e quarta-feira devido às mortes.
“Na terça-feira, atingimos o
recorde de internações no Mato Grosso do Sul, com 1.331 pacientes. Hoje
[ontem], temos um número menor, 1.307, mas isso é fruto de óbitos. Temos que
ser bem claros: o número de internações diminuiu em virtude dos óbitos.”.
Hoje, no entanto, este
número voltou a subir. Segundo o boletim epidemiológico que a Secretaria
Estadual de Saúde divulgou esta tarde, há 1.337 pessoas internadas devido à
doença. Destas, 797 ocupam leitos clínicos (581 delas em hospitais públicos e
216 em particulares) e 540 vagas de UTIs (411 públicas e 129 particulares).
“Parece que, no Mato Grosso
do Sul, houve um desapego à vida”, lamentou Resende, ontem. “Só vamos frear
este quadro se tivermos a colaboração da nossa gente. E não estamos tendo.
Apesar de há um ano e três meses estarmos aqui todos os dias pedindo para que
as pessoas fiquem em casa, não somos atendidos. [De dizermos] “Gente, vamos
usar máscaras”, há pessoas rebeldes que não as utilizam. [De pedirmos] “Vamos
lavar as mãos, não somos atendidos”, concluiu o secretário, pedindo que as populações
atendam às recomendações das autoridades sanitárias.
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