Caso expõe clima de medo vivido pelas adolescentes e mobiliza Conselho Tutelar e Polícia Civil.


Um episódio grave de violência doméstica abalou a zona rural de Água Branca, no Alto Sertão de Alagoas, na segunda-feira, 7. Duas irmãs, de 15 e 16 anos, tomaram coragem e procuraram a sede do 9º Batalhão da Polícia Militar, em Delmiro Gouveia, para relatar as ameaças que vinham sofrendo dentro de casa. Segundo o depoimento delas, o próprio pai, identificado como João Gomes Lima, de 49 anos, chegou a apontar uma arma de fogo contra a cabeça da filha mais nova, deixando ambas em estado de pânico.

As adolescentes disseram que o clima de terror já durava pelo menos desde o dia anterior, e que a escalada de agressividade do pai fez com que temessem pela própria vida. Sensibilizados com a situação, os policiais decidiram se deslocar imediatamente até o Sítio Maxi, local onde a família reside. Lá, foram recebidos pela mãe das jovens, que confirmou todo o relato das filhas e autorizou a entrada da equipe na residência para averiguações.

Durante as buscas no imóvel, foram apreendidas uma espingarda artesanal, conhecida como “soca tempero”, uma cartucheira de couro, duas munições calibre .38 deflagradas e um recipiente contendo chumbo. O suspeito, no entanto, não foi encontrado e segue foragido. O material recolhido foi apresentado no Centro Integrado de Segurança Pública (CISP) de Delmiro Gouveia, onde as providências foram iniciadas. O Conselho Tutelar acompanhou o caso para garantir o acolhimento e a proteção das adolescentes. O inquérito será conduzido pela Polícia Civil, com possibilidade de responsabilização do autor por ameaças, posse ilegal de arma de fogo e agravantes previstos na Lei Maria da Penha, além de dispositivos do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Por: Thyara Ravelly (@revisoes_ravelly) – colaboradora do it.com.br