Defesa
disse ser “ilógico” sugerir que sua estada na embaixada da Hungria “fosse um
pedido de asilo ou uma tentativa de fuga”.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) disse que é “ilógico” sugerir que sua visita à embaixada da Hungria “fosse um pedido de asilo ou uma tentativa de fuga”.
O
documento com a manifestação de Bolsonaro foi entregue ao ministro Alexandre de
Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), nesta quarta-feira (27).
A
defesa do ex-presidente afirmou que a própria determinação recente para ele
entregar seu passaporte “tornava essa suposição altamente improvável e
infundada”.
Bolsonaro
ficou de 12 a 14 de fevereiro na embaixada húngara, em Brasília. A informação
foi revelada pelo jornal americano “The New York Times”.
“São,
portanto, equivocadas quaisquer conclusões decorrentes da matéria veiculada
pelo jornal norte-americano, no sentido de que o ex-presidente tinha interesse
em alguma espécie de asilo diplomático, conclusão a que se chega bastando
considerar a postura e atitude que sempre manteve em relação as investigações a
ele dirigidas” Defesa de Bolsonaro
A
ordem para ele entregar o passaporte foi dada no começo de fevereiro, na
investigação que apura suposta tentativa de golpe de Estado.
Não
existem “razões mínimas”
De
acordo com a defesa do ex-presidente, não existem “razões mínimas e nem mesmo
cenário jurídico a justificar que se suponha algum tipo de movimento voltado a
obter asilo em uma embaixada estrangeira ou que indiquem uma intenção de
evadir-se das autoridades legais ou obstruir, de qualquer forma, a aplicação da
lei penal”.
Os
advogados disseram que o ex-chefe do Executivo “jamais” deixou de comparecer a
qualquer ato para qual foi intimado
Também
afirmaram que ele tem uma agenda de compromissos políticos, nacional e
internacional, que, “a despeito de não mais ser detentor de mandato, continua
extremamente ativa, inclusive em relação a lideranças estrangeiras alinhadas
com o perfil conservador”.
Por
isso, a defesa diz que Bolsonaro “mantém a agenda política com o governo da
Hungria, com quem tem notório alinhamento, razão por que sempre manteve
interlocução próxima com as autoridades daquele país, tratando de assuntos
estratégicos de política internacional de interesse do setor conservador”.
Embaixada
Alvo
de investigações criminais no Supremo, Bolsonaro não poderia ser preso em uma
embaixada estrangeira porque estaria legalmente fora do alcance das autoridades
brasileiras.
Segundo
a defesa, as embaixadas estrangeiras “não devem ser confundidas com território
estrangeiro”, apesar de serem espaços invioláveis.
“A
inviolabilidade visa a garantir que as missões diplomáticas possam conduzir
suas operações sem obstáculos, mas não concede à embaixada uma separação
territorial do país anfitrião”, declarou a defesa.
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