O
processo judicial envolve nove suspeitos, que, em conjunto da mandante, criavam
o falso ciclo social da golpista.
Um
pintor brasileiro de 51 anos que mora em Massachusetts, nos Estados Unidos, foi
vítima de uma quadrilha de Uberaba, no Triângulo Mineiro, liderada por uma
mulher que fingia ser duas pessoas.
Segundo
o denunciante, fazendo uso de uma 'voz sedutora e rosto atraente', ela o
extorquiu dando um prejuízo estimado em R$ 1 milhão. O processo judicial
envolve nove suspeitos, que, em conjunto da mandante, criavam o falso ciclo
social da golpista.
A
situação que se prolongou por dois anos começou em 16 de março de 2021, quando
a vítima conheceu a principal suspeita pela internet. Ela usava fotos falsas
para aplicar o golpe, e rapidamente desenvolveu uma relação com o brasileiro,
contando que estaria em Uberaba para receber uma suposta herança de R$ 207
milhões.
Com
o tempo, a mulher passou a pedir diversas quantias em dinheiro para a vítima,
alegando que realizaria tratamentos de saúde, precisava cuidar de familiares e
arcar com um advogado para receber a herança.
Durante
as investigações, foi constatado que o advogado chamado Rodrigo era, na
verdade, a própria golpista, que criava diversas situações para sustentar a
história que ela contava e poder pedir mais dinheiro.
Ao
longo dos dois anos, a vítima conversava com a falsa mulher por telefone e a
via apenas por fotos, acreditando que ambos tinham uma relação. Ele também
conta que se sentia na obrigação de continuar enviando as quantias solicitadas
para que viesse a ser ressarcido quando a namorada recebesse a suposta herança.
O
brasileiro só notou o golpe quando, em maio de 2023, questionou a mulher sobre
as situações contadas e ela confessou que o advogado nunca existiu e que ele,
na verdade, era uma pessoa criada por ela. A partir daí ele iniciou o processo
para ter os danos materiais ressarcidos no valor de R$ 1 milhão.
Na
investigação liderada pelo advogado Luis Antônio Novais, foi descoberta a rede
que a golpista usava para extorquir a vítima. A quadrilha composta por
empresárias, servidoras públicas, médicas e familiares também ostentava uma
vida de luxo em Uberaba.
A
defesa da vítima solicitou a quebra de sigilo bancário e financeiro, bloqueio
de contas, apreensão de equipamentos em um açougue gourmet da cidade mineira,
supostamente mantido com o dinheiro da vítima, investigação de cartões
bancários e mandado de busca nas casas dos suspeitos.
O
processo está em andamento e, segundo o advogado, é lento e trabalhoso devido
ao número de envolvidos.
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