Segundo o ex-presidente, não há
possibilidades de colaborar com a atual administração, por suas propostas.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou, nesta quarta-feira (29), em entrevista exclusiva à CNN, no Aeroporto de Orlando, nos Estados Unidos, antes de seu embarque de volta para o Brasil, que não irá liderar nenhuma oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
“Não vou liderar nenhuma
oposição. Vou participar com meu partido, como uma pessoa experiente, 28 anos
de Câmara, quatro de presidente, dois de vereador e quinze de Exército, para
colaborar com o que eles desejarem, como a gente pode se apresentar para manter
o que tiver de ser mantido e mudar o que tiver de ser mudado”, explicou
Bolsonaro.
“Você não precisa fazer oposição
a esse governo. Esse governo é uma oposição por si só dado a qualificação
daqueles que compõe os ministérios. Ele criou mais quatorze ministérios, o
perfil das pessoas é bastante diferente dos nossos, você pode fazer comparação
aí no Brasil. E você começa a entender o porquê, queria que infelizmente fosse
o contrário, não tem como dar certo esse governo”, cita o ex-presidente.
Segundo Bolsonaro, não há
possibilidades de colaborar com a atual administração, tanto pelo quadro de
ministros, quanto por suas propostas.
“O controle da mídia, o controle
de armas, o MST voltando a levar o terror para o campo. Essa política deles de
aumentar impostos. A nossa política foi de diminuir impostos. Nós batemos
recordes de arrecadação mês a mês durante o ano passado todinho, mostrando que
estávamos no caminho certo”.
Volta ao Brasil
Logo que chegou ao terminal
aéreo, Bolsonaro conversou e tirou fotos com apoiadores no saguão aeroporto,
tecendo críticas ao “socialismo” e dizendo que seu governo acolheu “milhares de
venezuelanos”.
“Teve gente que foi enganada pelo
socialismo. Espero que o Brasil não mergulhe, não vá por esse caminho. E a
Venezuela é o país mais rico do mundo em petróleo, era para ser um paraíso lá.
Somos escravos das nossas escolhas”, pontuou.
O desembarque está previsto para
as 7h10, no Aeroporto Internacional de Brasília. O ex-chefe de Estado viajou
para o exterior dois dias antes do fim de seu mandato. Ele não participou da
passagem da faixa presidencial para Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Durante o período nos EUA, ele se
hospedou na casa do lutador José Aldo e participou de um evento conservador, no
qual também esteve presente Donald Trump.
Os planos do ex-mandatário para
sua volta incluíam desfile em carro aberto e até discurso para apoiadores após
o desembarque. O Partido Liberal (PL) também discutiu fazer anúncio nas redes
sociais e mobilizar a militância bolsonarista.
Entretanto, isso não deve ser
possível devido ao esquema de segurança da Polícia Federal (PF), que recomendou
que Bolsonaro não saia pelo saguão do aeroporto, utilizando uma rota
alternativa.
Além disso, não serão permitidas
manifestações e novos acampamentos em determinados locais. A PF também
recomenda que as pessoas evitem ir ao aeroporto, para não atrapalhar o
andamento dos voos.
Assim, o Partido Liberal também
informou, em nota, que “não está previsto qualquer evento ou fala do
ex-presidente”.
Após o desembarque, ele encontrará
com Michelle Bolsonaro, Valdemar Costa Neto e o general Braga Netto. Eles
devem, então, se reunir com outras autoridades na sede do PL, no Complexo
Brasil, em Brasília.
Tanto o PL quanto Jair Bolsonaro
ficaram irritados com as determinações das autoridades, pois visavam fazer
dessa volta um evento para marcar o retorno do “líder da oposição”.
Saiba todos os detalhes do plano
de segurança nesta matéria.
Presidente de honra do PL
O PL informou que Jair Bolsonaro
será o presidente de honra do partido. Ele deve assumir o compromisso assim que
desembarcar no Brasil. Conforme antecipado por Gustavo Uribe, analista de
Política da CNN, a expectativa é que o salário que o ex-chefe de Estado
receberá a partir de abril seja de R$ 41,6 mil.
Segundo a assessoria do partido,
o convite para o cargo de honra foi feito pelo presidente do PL, Valdemar Costa
Neto.
Bolsonaro se filiou à sigla em
novembro de 2021. Antes, ficou cerca de dois anos sem partido, após sair do
PSL, pelo qual se elegeu presidente em 2018.
Fonte: CNN Brasil.
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