A cerimônia uniu o casal
Tuane Alves, 29 anos, e Erika Ribeiro, também de 29, em um salão de festas da
capital alagoana.
Uma pastora da Igreja
Batista celebrou pela primeira vez um casamento homoafetivo. Odja Barros
concedeu a benção a duas mulheres em Maceió, no sábado, 11, em um dos primeiros
matrimônios realizados por pastores batistas no país entre duas pessoas do
mesmo sexo.
A cerimônia uniu o casal
Tuane Alves, 29 anos, e Erika Ribeiro, também de 29, em um salão de festas da
capital alagoana. A bênção religiosa foi vista como um marco, pois a
denominação batista é considerada uma das mais tradicionais e conservadoras
igrejas evangélicas do Brasil. Apesar de outros matrimônios entre pessoas
LGBTQI+ terem sido realizados por pastores da igreja, esse foi o primeiro
celebrado por uma mulher.
“Senti frio na barriga de
emoção, de saber que estava vivendo algo que é fruto de muita luta. Como
pastora feminista, queria muito que minha primeira celebração de casamento
igualitário fosse com duas mulheres”, contou a pastora e teóloga à Universa, do
UOL.
Tuane e Érika fazem parte da
juventude da Igreja Batista do Pinheiro, conhecida por atuar em defesa de
minorias e pessoas vulneráveis. Em 2016, a igreja foi expulsa da Convenção
Batista por aceitar incluir e batizar pessoas homossexuais. Apesar de ter
realizado muitos casamentos, essa foi a primeira vez que Odja deu a bênção a um
casal gay.
“Eu sei que, até na luta
LGBTQI+, as conquistas das mulheres vêm com mais dificuldade. Por isso, me
senti tão honrada e privilegiada de ser celebrante de um momento novo e
histórico dentro da tradição de igrejas batistas no Brasil”, adicionou a
teóloga.
Em termos de ritos
religiosos, o enlace do casal não foi diferente de outras cerimônias. “Todos os
casamentos que fazemos seguem o mesmo ritual cristão. Não existe, na batista,
um ritual específico. Cada celebrante tem autonomia para construir o cerimonial
a partir da sua tradição religiosa”, explicou Odja.
O peso do marco, porém,
separou o evento da experiência de outros casais que subiram ao altar. Na visão
da pastora, o diferencial foi a afirmação da diversidade sexual e da
legitimidade de uma cerimônia homoafetiva. “Nós tivemos ali também um momento
educativo para as pessoas que estavam participando do casamento. Era muito
importante afirmar o direito LGBTQI+ à união civil”, completou.
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