Daniel Igor Perboire, de Delmiro Gouveia, sofria de ansiedade e teve pedido de internato no HRAS negado após mudança de supervisor, segundo a família, que aguarda laudo cadavérico.
A morte trágica e precoce do estudante de Medicina Daniel Igor Cordeiro Perboire, da Universidade Federal de Alagoas (UFAL), Campus Arapiraca, ocorrida dias antes de sua formatura, ganhou novos e graves desdobramentos com as declarações da família.
Em relato exclusivo à reportagem do it.com.br, uma irmã da vítima trouxe à tona alegações sérias que ligam o falecimento do jovem, natural de Delmiro Gouveia, a um quadro de sofrimento psicológico intensificado por questões institucionais e interpessoais.
Segundo a familiar, Daniel enfrentava um período de profunda exaustão emocional, potencializado pelo que a família classifica como bullying por parte de colegas.
A irmã afirmou que o estudante vinha sofrendo intensamente no internato e tentou, como medida de suporte à saúde mental, a transferência para realizar o estágio final no Hospital Regional do Alto Sertão (HRAS) em Delmiro Gouveia, buscando o apoio familiar durante a fase mais exigente do curso.
Ainda de acordo com o relato, Daniel havia conseguido a aprovação para a transferência, porém o supervisor do curso acabou se afastando por motivos de saúde. O professor que o sucedeu na função não permitiu mais a sua liberação para concluir o internato em Delmiro Gouveia.
Essa negativa, segundo a família, deixou o jovem bastante afetado, causando-lhe ansiedade e outros tipos de transtornos, um agravamento que culminou em sua morte.
A família lamenta profundamente o ocorrido e está tomando medidas legais. A irmã informou à reportagem que a família aguarda o laudo cadavérico do Instituto Médico Legal (IML) para confirmar a primeira informação (referente à causa da morte).
Além disso, a família comunicou que irá judicializar esta ação contra a Universidade Federal de Alagoas (UFAL), buscando responsabilização diante do que consideram descaso administrativo em um momento crítico de saúde do estudante.
Colegas de Daniel já haviam relatado, nas redes sociais, que o estudante vinha apresentando sinais de sobrecarga e ansiedade, e que "apenas queria terminar o curso perto da família, com o suporte emocional de quem o amava".
O corpo do estudante, que também servia com vocação ao Corpo de Bombeiros Militar, foi velado e sepultado em Delmiro Gouveia, em meio a forte comoção e com honras militares. A tragédia reabre o debate sobre a necessidade de mais acolhimento psicológico, escuta ativa e sensibilidade nas instituições de ensino superior, especialmente durante o extenuante período do internato médico.

1 Comentários
O quadro de ansiedade é esgotamento e extremamente comum no ambiente acadêmico. Os trabalhos de conclusão de curso de uma maneira geral tendem levar a exaustão física e mental e pouco acrescentam. Há a necessidade de rever o formato dos cursos ue na sua maioria são ultrapassados e arcaicos. Quanto a UFAL não há respeito com servidores nem com alunos, fato confirmado pelos problemas psicológicos e afastamentos por motivos de saúde, inclusive no Campus de Delmiro. Não existem condições adequadas de trabalho e há sobrercarga é enorme e sufocante.
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