Homem que matou a companheira em 2016 foi localizado no Espírito Santo após confissão feita no Ceará no ano passado.

A Polícia Civil de Alagoas deu cumprimento, em 15 de julho de 2025, a um mandado de prisão preventiva contra um homem acusado de matar a própria esposa em Inhapi, no Médio Sertão alagoano, nove anos após o crime. O caso, que em 2016 foi registrado como homicídio qualificado (antes da inclusão do feminicídio na legislação), permanecia sem autoria confirmada até o ano passado.

De acordo com as investigações, a vítima Maria José Santos Lima, então com 19 anos, foi assassinada a tiros na tarde de 30 de dezembro de 2016, na residência da mãe, no Sítio Pau Ferro, zona rural de Inhapi. Testemunhas relataram que o companheiro chegou de surpresa, efetuou vários disparos e fugiu em seguida. À época, ele desapareceu sem deixar pistas, o que dificultou a identificação do autor e manteve o inquérito aberto sem conclusões.

O avanço decisivo veio em 2024, quando o suspeito procurou espontaneamente uma delegacia no Ceará. Durante o atendimento, afirmou ter matado a companheira em Inhapi e declarou o desejo de se entregar. Como não havia mandado de prisão em vigor, o delegado cearense não pôde efetuar a detenção, liberando o homem em seguida. A confissão, porém, foi comunicada à Polícia Civil alagoana.

Com a nova informação, os investigadores de Inhapi reabriram o inquérito original, reuniram elementos de prova e formalizaram a autoria. A Justiça da Comarca de Mata Grande expediu então o mandado de prisão preventiva. Após trabalho conjunto entre as polícias de Alagoas e do Espírito Santo, o acusado foi localizado em Aracruz (ES) e preso.

Segundo a equipe da Delegacia Regional de Inhapi, o homem estava há anos em situação de fuga e usava diferentes locais de moradia para se manter oculto. Ele foi encaminhado ao sistema prisional alagoano e agora responderá pelo crime de homicídio qualificado, com a possibilidade de enquadramento como feminicídio em conformidade com a legislação atual.

A prisão encerra quase uma década de buscas e devolve ao caso a perspectiva de julgamento, trazendo um desfecho aguardado pelos familiares da vítima e pela comunidade de Inhapi.

Por: Thyara Ravelly (@revisoes_ravelly) – colaboradora do it.com.br