PC informou que crime pode ter sido praticado por vingança, após supostas tentativas de abusos sexual envolvendo crianças da cidade; família diz que estão tentando manchar a imagem e a honra do homem.
O assassinato do músico Antônio Florêncio da Silva, de 60 anos, ocorrido na última quinta-feira (18) em Batalha, no Sertão de Alagoas, ganhou novos desdobramentos após a Polícia Civil apontar, em nota, que uma das linhas de investigação sobre a motivação do crime seria a suspeita de assédio contra crianças. A hipótese gerou revolta entre familiares, que classificaram a informação como absurda e desrespeitosa à memória do artista.
Versão da Polícia
De acordo com a Polícia Civil, três adolescentes foram apreendidos e um jovem de 18 anos foi preso suspeitos de participação no homicídio. As investigações indicam que o crime pode ter sido motivado por vingança, após supostas tentativas de abuso sexual envolvendo crianças da cidade.
Ainda segundo a polícia, uma das vítimas seria filha do suposto mandante do crime e outra, irmã de um dos adolescentes apreendidos. O órgão destacou que o inquérito segue em andamento para esclarecer todas as circunstâncias e identificar os reais responsáveis pela execução e eventual mando.
Revolta da família
A família do músico repudiou com veemência a versão apresentada pela polícia. Em entrevista ao portal TNH1, uma sobrinha de Antônio afirmou que a acusação é uma tentativa de justificar o assassinato brutal e de manchar a imagem de um homem que, segundo ela, sempre foi íntegro e respeitado.
“Querem justificar o injustificável. Isso que foi dito é completamente absurdo, uma mentira sem tamanho. Eles tiraram a vida do meu tio e agora querem tirar também a honra dele. Isso dói profundamente na família”, declarou, emocionada.
Ela lembrou ainda que o tio teve a vida marcada pela música e pelas dificuldades pessoais. “Durante décadas, ele não apenas se apresentou como músico, mas também ensinou música na cidade. Era casado e teve quatro filhos, dois deles já falecidos. Apesar de tantas perdas, era uma pessoa querida e respeitada.”
Conflitos e ameaças anteriores
Os familiares também afirmaram que Antônio já havia sido ameaçado de morte por um vizinho, apontado por eles como o verdadeiro mandante do crime. O desentendimento, segundo relataram, vinha de longa data e teria sido intensificado por problemas de convivência relacionados a queimadas realizadas no quintal, que prejudicavam a saúde do músico, diagnosticado com DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica).
“Esse vizinho sempre foi problemático com todos. Ele fazia queimadas, mesmo sabendo da doença do meu tio. As brigas eram constantes, e as ameaças também”, relatou a sobrinha.
Investigações continuam
Enquanto a Polícia Civil mantém a apuração em sigilo, a família pede cautela e respeito à memória de Antônio Florêncio. O caso segue sendo investigado pelas autoridades policiais, que devem apresentar novas informações à medida que o inquérito avançar.

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