Um dos principais sinais dessa transformação é o aumento da idade média ao ter o primeiro filho: passou de 26-27 anos, em 2010, para 29 anos em 2022.

As mulheres alagoanas estão adiando a maternidade e tendo menos filhos, segundo dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na última sexta-feira (27). A tendência acompanha o movimento nacional de queda da taxa de fecundidade, com impactos diretos na configuração das famílias e nas políticas públicas voltadas à saúde reprodutiva e à equidade de gênero.

Um dos principais sinais dessa transformação é o aumento da idade média ao ter o primeiro filho: passou de 26-27 anos, em 2010, para 29 anos em 2022. Em Alagoas, o cenário é semelhante. A maternidade deixa de ser um destino esperado para se tornar uma escolha mais consciente, construída com base em outras prioridades como a formação acadêmica, a estabilidade financeira e o crescimento profissional.

Segundo a médica especialista em reprodução humana, Eugênia Câmara, esse adiamento da maternidade não é apenas reflexo das novas possibilidades das mulheres, mas também do desejo de viver a experiência de forma planejada e segura.

“Hoje, muitas mulheres priorizam a carreira, os estudos, a independência financeira. Ser mãe deixou de ser uma imposição e passou a ser uma escolha mais consciente e planejada”, afirma Eugênia.

Ela ressalta ainda que esse novo cenário tem sido fortalecido pelo maior acesso a informações sobre saúde reprodutiva, pelo uso de métodos contraceptivos modernos e pelo aumento da autonomia feminina sobre o próprio corpo.

O congelamento de óvulos

A busca por mais tempo e liberdade para decidir o momento de ser mãe tem levado muitas mulheres a considerarem o congelamento de óvulos como alternativa de planejamento