Entre 2022 e 2024, o Ministério da Saúde registrou mais de 234 mil atendimentos ligados à condição nessa faixa etária.
O infarto, historicamente associado a pessoas mais velhas, tem atingido cada vez mais brasileiros com menos de 40 anos. Entre 2022 e 2024, o Ministério da Saúde registrou mais de 234 mil atendimentos ligados à condição nessa faixa etária.
Especialistas apontam fatores como tabagismo, colesterol alto, hipertensão, obesidade, diabetes, uso de drogas e anabolizantes como principais causas. “O infarto não vem do nada. A maioria dos jovens que infartam já apresenta algum fator de risco modificável”, explica Rafael Côrtes, cardiologista do Hospital Sírio-Libanês.
Além do cigarro tradicional, o uso de esteroides e cigarros eletrônicos preocupa os médicos. “O vape também traz efeitos negativos ao sistema cardiovascular”, alerta Arthur Rente, da Rede D’Or.
Entre 2022 e 2024, foram registrados mais de 156 mil procedimentos por infarto em homens com até 40 anos e mais de 77 mil em mulheres. Houve ainda 7.865 mortes por infarto nessa faixa etária, com destaque para São Paulo (2.490) e Rio de Janeiro (622).
A pandemia agravou o cenário, com aumento do sedentarismo, piora na alimentação, no sono e no estresse. Além disso, o coronavírus pode ter causado inflamações cardíacas mesmo em jovens saudáveis.
Outro fator é a desigualdade: regiões como Norte e Nordeste têm mais mortes por infarto em jovens, refletindo menor acesso a cuidados médicos. “Jovens de baixa renda chegam tarde ao hospital e nem sempre recebem o tratamento ideal”, alerta Côrtes.
Para reverter o quadro, especialistas defendem campanhas educativas nas escolas, estímulo a hábitos saudáveis desde cedo, combate ao uso de substâncias nocivas e foco na detecção precoce de fatores de risco.
Fonte: Política Alagoana
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