Vídeos exclusivos obtidos pelo Fantástico mostram que o grupo criminoso planejou o atentado com antecedência. Polícia identificou quatro suspeitos e teme escalada da violência.


A guerra pelo controle da contravenção no Rio de Janeiro ganhou um novo capítulo com o atentado contra Vinicius Drumond, apontado pela polícia como integrante da nova cúpula do jogo do bicho no estado. Herdeiro do bicheiro Luizinho Drumond, Vinicius foi seguido por criminosos armados e sofreu um ataque a tiros quando deixava uma academia em um shopping na Barra da Tijuca.

Uma gravação do dia 9 de julho, obtida com exclusividade pelo Fantástico, é uma das provas de que o grupo de extermínio planejou cada detalhe do atentado. A data do crime foi marcada para dois dias depois: 11 de julho.

Nas imagens, o ex-PM Deivyd Nogueira Vieira, conhecido como Piloto, foi flagrado próximo ao local monitorando a rotina da vítima. Os registros de câmeras de segurança mostram toda a movimentação até o momento do ataque, ocorrido em plena Avenida das Américas.

As investigações revelaram que os suspeitos do crime, incluindo um policial militar da ativa, partiram de Duque de Caxias e percorreram cerca de 40 km até o endereço do alvo. Os criminosos estavam armados com fuzis.

A Avenida das Américas é a mais movimentada da Barra da Tijuca. No trânsito pesado do fim da manhã, o Porsche de Vinicius - avaliado em mais de R$ 1 milhão - foi metralhado. As câmeras registram o desespero de quem não tem nada a ver com essa guerra.

Apesar de o carro de Vinicius ter sido metralhado, ele sofreu apenas ferimentos leves devido à blindagem reforçada do veículo.

A Delegacia de Homicídios do Rio já prendeu o ex-PM Piloto e pediu a prisão de outros três foragidos: o PM Luís César da Cunha, Adriano Carvalho de Araújo e Rafael Ferreira Silva, conhecido como Cachoeira. Segundo a polícia, os integrantes da quadrilha já estiveram envolvidos em outros crimes, como o assassinato do advogado Rodrigo Marinho Crespo, executado em frente à sede da OAB, no centro do Rio, em fevereiro de 2024.

A Delegacia de Homicídios investiga se Vinicius Drumond foi o mandante do assassinato do empresário Manoel Agostinho Rodrigues Miranda, braço direito do pai dele, Luizinho Drumond. A polícia diz que, além de explorar o jogo do bicho, ele também é suspeito de agiotagem, lavagem de dinheiro, corrupção e por chefiar uma quadrilha que furtava petróleo de dutos da Petrobras.

As autoridades temem uma nova escalada da violência entre grupos rivais.

Fonte: G1