Com a primeira fase do processo concluída, o promotor de Justiça Fábio Nunes, da Promotoria local, solicitou o desaforamento do júri — ou seja, a transferência do julgamento para outra comarca — por entender que o caso exige maiores garantias de imparcialidade.

O brutal assassinato de Mônica Cristina Alves Barros, de 26 anos, comoveu a cidade de São José da Tapera, no Sertão de Alagoas. O crime ocorreu na madrugada do dia 18 de junho de 2023, em frente ao Fórum do município, quando a jovem foi executada com um tiro à queima-roupa, disparado pelo próprio companheiro, Leandro Pinheiro Barros.

Diante da frieza do ato e do contexto de violência doméstica, o Ministério Público de Alagoas (MPAL) denunciou o réu por homicídio triplamente qualificado, conforme os Artigos 121, § 2º, incisos I (motivo torpe), IV (recurso que dificultou a defesa da vítima) e VI (feminicídio), combinados com o § 2º-A, que trata do crime cometido no âmbito de violência doméstica e familiar.

Com a primeira fase do processo concluída, o promotor de Justiça Fábio Nunes, da Promotoria local, solicitou o desaforamento do júri — ou seja, a transferência do julgamento para outra comarca — por entender que o caso exige maiores garantias de imparcialidade.

“Diante da ampla repercussão do crime, do forte círculo de amizades do réu na cidade e das suspeitas fundadas de que os jurados poderiam ser influenciados, o Ministério Público optou pelo pedido de desaforamento como medida de prevenção e justiça”, explicou o promotor.

Outro fator que embasa o pedido é o histórico de envolvimento de familiares do acusado com práticas criminosas, o que poderia comprometer ainda mais a lisura do julgamento. Leandro Barros confessou o crime.

Um relacionamento marcado por abusos

Horas antes de ser assassinada, Mônica gravou um vídeo com o próprio celular, no qual relatava o clima de medo e os abusos físicos e psicológicos que sofria no relacionamento. Nas imagens, ela aparece assustada, caminhando por uma área escura, tentando se esconder. Em tom de desespero, alerta: “Se eu aparecer morta, foi ele”.

Minutos depois, a tragédia se concretizou. A jovem teve a vida interrompida em frente ao Fórum da cidade. Após o crime, o autor fugiu, mas o MPAL não aguardou sua prisão para apresentar denúncia formal e solicitar sua prisão preventiva.

O caso continua em andamento, e o Ministério Público segue atuando para garantir que o julgamento ocorra com justiça e isenção.

Por: Thyara Ravelly – com informações da ASCOM do MPAL