MP aponta candidaturas femininas fictícias na Federação Brasil da Esperança (PT/PCdoB/PV) e pede cassação de todos os eleitos e inelegibilidade de quatro mulheres por oito anos.
O Ministério Público Eleitoral (MPE) ajuizou uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral (AIJE) contra a Federação Brasil da Esperança – FE BRASIL (formada pelos partidos PT, PCdoB e PV) no município de Delmiro Gouveia, no Alto Sertão alagoano, acusando a coligação de fraudar a cota de gênero nas eleições de 2024. Segundo o órgão, as candidaturas femininas apresentadas foram fictícias, com o único objetivo de cumprir formalmente o mínimo legal de 30% exigido para candidaturas de mulheres.
Com isso se a ação for julgada procedente os vereadores Renato Torres e Ivan do Canal, podem perder o mandato. A reportagem do italotimoteo.com.br entrou em contato com os vereadores eleitos e aguardam retorno para que eles possam esclarecer o caso.
A investigação apontou fortes indícios de que as quatro candidatas do grupo – Maria Vitória Cavalcante (Vicky Victoria), Dorvalina Gomes da Natividade Santos (Lili do Caixão), Gilmara Gonçalves de Barros (Gilmara da Saúde) e Cleia Alves dos Santos (Kelly do Leite) – não realizaram campanhas efetivas. Uma delas sequer obteve votos e outra teve somente 43.
As contas de campanha foram padronizadas, com uso da mesma gráfica e contratação de serviços sem especificação de objeto ou função. Algumas despesas foram realizadas após as eleições, e até mesmo candidatas que renunciaram tiveram gastos lançados.
Destaque ainda para o caso da candidata Gilmara da Saúde, que não apresentou qualquer movimentação em redes sociais de campanha e possuía apenas dois seguidores, o que, para o MP, demonstra “a completa ausência de atos efetivos de campanha em benefício próprio”. Já Kelly do Leite, apesar de ter recebido 43 votos, apresentou inconsistências nos pagamentos e documentos fiscais, reforçando o caráter fictício da candidatura.
As citadas não foram procuradas, mas o espaço segue aberto para caso elas queiram se esclarecer.
O MP defende que, conforme entendimento já consolidado do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a fraude à cota de gênero pode ser reconhecida mesmo sem a comprovação de dolo (intenção de fraudar), bastando que fique evidenciado o desvirtuamento da finalidade da norma que visa garantir a participação efetiva das mulheres na política.
Consequências legais
Com base no artigo 22, inciso XIV, da Lei Complementar nº 64/90 e na Súmula 73 do TSE, o Ministério Público requer:
1. A cassação do Demonstrativo de Regularidade de Atos Partidários (DRAP) da Federação Brasil da Esperança.
2. A cassação dos diplomas de todos os candidatos eleitos e dos registros dos não eleitos vinculados à federação.
3. A nulidade de todos os votos obtidos pela chapa proporcional da federação, com recontagem dos quocientes eleitoral e partidário.
4. A declaração de inelegibilidade por oito anos das quatro candidatas femininas envolvidas na fraude.
Segundo o promotor eleitoral Dênis Guimarães de Oliveira, a conduta representa uma afronta direta à isonomia de gênero no processo eleitoral. “A fragilidade das campanhas, a irrisória votação e as inconsistências nas prestações de contas demonstram o desvirtuamento finalístico, sendo desnecessária a comprovação de um pacto fraudulento entre os envolvidos”, destacou em sua manifestação.
O caso agora aguarda decisão da Justiça Eleitoral, e caso acolhido o pedido do MP, a recomposição das cadeiras da Câmara Municipal de Delmiro Gouveia poderá ser alterada, com novas posses a partir da recontagem de votos.
4 Comentários
Se investigar compra de votos só fica um vereador no máximo. Renato e Ivam estão incomodando o poder. A verdade é essa.
ResponderEliminarSó porque estão trabalhando. Eita terra de coronelismo essa viu.
ResponderEliminarPrefeita queremos concurso público...seletiva é sem futuro
EliminarDr, Denis esse negocio do Senhor, tá querendo tira Dr, Renato torres do caminho da prefeita tá estranho viu. me desculpe. dizer tem tantas coisas errada ai viu. tem vereador que era pra ter se afastado das sua função antes da eleição e não fez continuou mandando fazer exames. pra as pessoas viu
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