Agora, quase um ano depois, a juíza Emanuela Porangaba — a mesma que acusou a jornalista — foi aposentada compulsoriamente pelo TJ de Alagoas, após decisão unânime do CNJ. O motivo: condutas irregulares graves.

Em julho de 2023, a jornalista Maria Aparecida de Oliveira, de 73 anos, foi presa preventivamente por determinação do juiz George Leão, da 12ª Vara Criminal de Maceió. A acusação: calúnia, injúria e difamação contra a juíza Emanuela Bianca Porangaba.

O motivo da prisão foi a veiculação, em seu canal de jornalismo alternativo, de vídeos nos quais Aparecida denunciava supostas irregularidades cometidas por Porangaba, incluindo participação em esquemas envolvendo indenizações da Braskem. A jornalista, conhecida por sua postura crítica ao Judiciário alagoano, alegou perseguição e disse temer pela própria vida.

A prisão foi duramente criticada por entidades e defensores da liberdade de imprensa, especialmente por contrariar o sigilo de fonte previsto na Constituição. O caso ganhou ainda mais relevância quando o ministro Cristiano Zanin, do STF, atendeu ao pedido de habeas corpus da defesa da jornalista e mandou soltá-la, convertendo a prisão em medidas cautelares, por não ver gravidade que justificasse o cárcere.

Agora, quase um ano depois, a juíza Emanuela Porangaba — a mesma que acusou a jornalista — foi aposentada compulsoriamente pelo TJ de Alagoas, após decisão unânime do CNJ. O motivo: condutas irregulares graves.

A coincidência levanta questionamentos sobre abuso de poder, perseguição institucional e os limites entre crítica jornalística e responsabilização criminal.