Júri acolheu a tese de legítima defesa apresentada pela defesa, após depoimentos revelarem que o acusado reagiu a agressões durante desentendimento familiar.
Foi encerrado na tarde desta segunda-feira, 19, o julgamento de Paulo do Sofá, acusado de matar Marcos Alex, conhecido como “Marquinho”. O réu foi absolvido por maioria pelo conselho de sentença, formado por seis mulheres e um homem, após aproximadamente quatro horas de sessão no Fórum da cidade de Delmiro Gouveia.
O júri foi presidido pelo juiz Eduardo Ligiero e contou com a atuação do promotor Paulo Henrique, além da presença de testemunhas de acusação e defesa. O advogado Elton Roberto conduziu a defesa de Paulo, que durante o julgamento sustentou a tese de legítima defesa.
Segundo os depoimentos apresentados em plenário, o fato teria ocorrido após Paulo tentar visitar a própria mãe, que estava trancada dentro de casa. Ao chegar ao local, ele teria sido surpreendido por uma situação provocada por uma possível fofoca da cuidadora, que teria informado a Marquinho sobre a presença de Paulo. A partir daí, os ânimos se exaltaram e Marquinho teria partido para agressões verbais e, em seguida, físicas.
A defesa relatou que Paulo, que estava com um canivete — instrumento que usava em seu trabalho —, só reagiu após sofrer sucessivas agressões. Em um momento de desespero, ele usou o objeto para se defender. Ao perceber que havia ferido Marquinho e que este sangrava, Paulo interrompeu imediatamente a ação, ficou em choque e deixou o local.
Durante o andamento do processo, o crime inicialmente tipificado como homicídio qualificado foi reclassificado para homicídio simples, levando em consideração as circunstâncias dos fatos.
Ao final da sessão, o conselho de sentença votou pela absolvição por maioria, acolhendo a tese da defesa. Em entrevista, o advogado Elton Roberto afirmou que agora a prioridade é a reconstrução da vida de Paulo: “Foi um caso emblemático, que envolveu emoção, mal-entendidos e, infelizmente, resultou em uma tragédia. Mas hoje a Justiça foi feita”, declarou.
Bastante emocionados familiares de ambas as partes não quiseram gravar entrevistas, Paulo foi reconduzido ao Presídio do Agreste por questões internas, mas já deve ser liberado nesta terça-feira, 20.
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