Reconstituição pode esclarecer nível de participação dos três acusados no crime brutal que chocou o Estado.


Na noite desta quinta-feira (15), o Ministério Público do Estado de Alagoas, em conjunto com a Polícia Científica e a Polícia Civil, realizou a reprodução simulada do assassinato da adolescente Ana Carla Firmino da Silva, de apenas 12 anos, no município de Maravilha, Médio Sertão de Alagoas. O crime, ocorrido no dia 2 de janeiro deste ano — durante a festa da padroeira da cidade —, causou comoção em toda a região.


Cobertura local


O blogueiro Emílio Safra, representando o portal italotimoteo.com.br, acompanhou a movimentação durante a simulação e registrou imagens exclusivas do momento. Por decisão das autoridades, o principal detalhe da reconstituição não foi divulgado para não comprometer o andamento do processo judicial, que segue em curso com acompanhamento do Ministério Público.


O caso segue sob acompanhamento das autoridades e com grande expectativa da população por justiça. A simulação representa mais um passo importante no esclarecimento do crime e na responsabilização dos envolvidos.


Assassinato no dia 2 de janeiro deste ano


A jovem foi encontrada morta com uma faca peixeira cravada nas costas, na calçada de uma creche. Segundo as investigações, três pessoas estão sendo denunciadas pelo crime e devem responder por feminicídio e tentativa de homicídio triplamente qualificado.


De acordo com o promotor de Justiça José Antônio Malta, o Ministério Público solicitou a simulação com a presença dos três acusados, da vítima sobrevivente e de testemunhas, para esclarecer o grau de envolvimento de cada participante.


“Há um jogo, com um dizendo que foi o outro que teve a ação maior ou menor. O MP precisa dessa reprodução para esclarecer o tamanho da participação dos acusados. Nós temos a certeza que os três participaram, mas queremos saber o nível maior ou menor de cada um”, afirmou o promotor em entrevista à TV Pajuçara.


Segundo os autos, um dos acusados demonstrava interesse em se relacionar com Ana Carla e ficou revoltado ao vê-la conversando com um adolescente na calçada. Movidos por ciúmes e sentimento de rejeição, o trio teria arquitetado um plano para matar a jovem simulando um assalto, com o objetivo de encobrir o verdadeiro motivo do crime.


“Ambos se acusam nesse sentido [motivação por ciúmes]. É uma das correntes que tentaremos esclarecer, e creio que sim, depois dessa reprodução simulada”, completou Malta.


Pai de Ana Firmino que é radialista local, acompanhou a reprodução simulada

O crime


Na noite do dia 2 de janeiro, dois casais de adolescentes conversavam próximo a uma creche, quando um veículo de cor prata, ocupado pelos três suspeitos, se aproximou. Dois homens e uma mulher desceram do carro e abordaram o grupo.


Os adolescentes amigos de Ana foram liberados, mas ela e o rapaz com quem conversava foram espancados com extrema violência. O menor conseguiu reagir e escapar mesmo após levar uma facada nas costas. Já Ana Carla, infelizmente, não resistiu aos ferimentos e foi brutalmente assassinada com diversos golpes de faca, sendo deixada com o objeto cravado nas costas em uma cena de extrema crueldade.


Depoimentos colhidos durante a investigação apontam que o suspeito que nutria interesse por Ana já a perseguia em festas e outros ambientes públicos, demonstrando um comportamento obsessivo.


Após o crime, os três envolvidos retornaram para casa como se nada tivesse acontecido. Eles foram presos no dia 5 de janeiro, três dias após o assassinato, e permanecem detidos à disposição da Justiça.