Durante a tarde, a Polícia Civil periciou os pontos onde os criminosos estiveram e iniciou as buscas para identificar os envolvidos de ataques em Guaxupé (MG).

Pelo menos 15 pessoas teriam participado dos ataques a uma agência da Caixa Econômica Federal e ao quartel da Polícia Militar na madrugada desta terça-feira, 8, em Guaxupé (MG). Um suspeito de participação no ataque foi preso em Campinas (SP).
Durante a tarde, a Polícia Civil periciou os pontos onde os criminosos estiveram e iniciou as buscas para identificar os envolvidos. Cinco veículos foram encontrados na zona rural de Monte Santo de Minas e possivelmente foram usados na fuga. Segundo a Polícia Militar, eles são clonados.
Os policiais aguardavam a chegada de uma equipe do Batalhão de Operações Especiais, o Bope, para garantir que não havia mais risco de explosão na agência bancária. A polícia ainda não sabe se os criminosos conseguiram levar dinheiro ou não.
"Com relação ao armamento, nós acreditamos pelos projéteis angariados tratar-se pelo menos de dois calibres de fuzil, 556 e 762. Até o momento, descartamos a presença da ponto 50, que até pelo estrondo, o barulho seria diferente. Então, a gente trabalha com esses dois tipos de calibre, porém não fizemos o trabalho pericial no interior da agência. Com relação ao montante subtraído, também não sabemos, temos algumas ideias, mas não vamos tecer neste momento em virtude de técnicas policiais", disse o delegado Marcos Pimenta.
Ataques duraram cerca de 40 minutos
O ataque começou por volta de 1h45 e durou cerca de 40 minutos. Moradores conseguiram registrar parte da ação.
Segundo Marcos de Sousa Pimenta, chefe do 18º Departamento de Polícia Civil, os criminosos usaram explosivos para destruir a agência bancária, mas os caixas eletrônicos não eram o principal alvo da ação.
Imagens que circulam nas redes sociais mostram a movimentação dos bandidos armados com fuzis pela cidade no meio da madrugada. Eles dispararam várias vezes. Segundo a Polícia Militar, a cidade foi alvo de uma ação criminosa coordenada.
Os primeiros disparos foram contra o quartel. Conforme o registro policial, câmeras registraram a chegada dos criminosos na sede da 79ª Companhia da Polícia Militar. Os tiros danificaram portas, janelas e paredes. A ação foi informada por um soldado que estava de plantão. Ele ficou ferido na mão por estilhaços, mas teve ferimentos leves e já voltou ao trabalho.
Instantes depois, a guarda municipal fez contato com uma viatura da PM informando a movimentação suspeita de veículos em direção à agência bancária.
Conforme registro da PM, os guardas municipais tentaram seguir os suspeitos, momento em que os criminosos abriram a tampa traseira de um dos veículos e dispararam contra a viatura da GCM. As viaturas se abrigaram imediatamente, enquanto mais disparos continuaram na área bancária.
Além do quartel e da agência bancária, a PM informou que os suspeitos também efetuaram diversos disparos contra uma base da guarda municipal, mas acertaram a parede de uma residência vizinha. Eles também danificaram portas de duas lojas próximas na área central da cidade.
De acordo com a Polícia Militar, os autores fugiram em pelo menos cinco veículos tipo SUV. Os veículos foram encontrados durante a manhã na zona rural de Monte Santo de Minas.
O que dizem as autoridades
Ao g1, a Polícia Federal informou que enviou equipes para a cidade para investigar o caso, e que os trabalhos contam com o apoio da Polícia Civil e da Polícia Militar. A PF ressaltou que não divulga informações sobre investigações em andamento.
Em nota, o Governo de Minas informou que o reforço no patrulhamento conta com apoio de equipes da 18ª Região da PM, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e do Comando de Aviação do Estado. Disse também que ainda não há confirmação se valores foram levados.
A CAIXA afirmou que coopera com as investigações dos órgãos competentes. A previsão de reabertura da agência será informada oportunamente. Segundo a CAIXA, clientes que necessitem de atendimento presencial podem procurar unidades próximas, mas o banco também disponibiliza atendimento por meio dos canais remotos e digitais.
A Polícia Civil informou que logo após o crime, a área foi isolada com o apoio da PM e da PF, para manter o local seguro e preservar todas as pistas que possam ajudar na investigação. A PCMG disse também que investigadores especializados foram deslocados de Belo Horizonte para Guaxupé, em aeronave cedida pelo Estado, com o objetivo de reforçar a perícia técnica no local.
Durante os levantamentos iniciais, a Polícia Civil recolheu projéteis, que passarão por exames para identificação de DNA, buscando rastrear a origem das armas utilizadas. Os veículos supostamente usados também serão periciados. A Polícia Civil manterá o isolamento pelo tempo necessário para garantir a elucidação dos fatos.

Fonte: g1