Ele é investigado por crimes contra economia popular e lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line.
O influenciador digital Kel Ferreti foi preso durante a operação Trapaça, na quarta-feira (4), em Alagoas. A ação foi deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate à Sonegação Fiscal e Lavagem de Bens (GAESF), do Ministério Público. Atualmente, ele está no sistema prisional do estado.
Foram expedidos oito mandados de prisão e de busca e apreensão pela 17ª Vara Criminal da Capital, contra pessoas físicas e jurídicas. Dois mandados foram cumpridos em Alagoas, tendo como alvo o influenciador e seu sócio, Igor Campioni - liberado em audiência de custódia.
Por quais crimes Ferreti é investigado?
A operação do MP investiga uma suposta organização criminosa liderada por Ferreti e que cometia crimes contra economia popular e lavagem de dinheiro, envolvendo jogos de azar on-line.
O que foi apreendido na casa do influenciador?
Durante a ação, as equipes apreenderam cerca de R$ 20 mil, celulares, documentos e um porsche. O MP pediu ainda o bloqueio de mais de R$ 21 milhões das contas de pessoas que foram, supostamente, utilizadas como "laranjas" para ocultação de bens, além de 10 veículos de luxo.
As investigações apontam que "laranjas" são usados para ocultar bens, a exemplo de veículos de luxo, que estão registrados em nome de terceiros, mas são exibidos nas redes sociais como se fossem dos investigados.
Campioni liberado em audiência de custódia
A decisão aponta que Igor Campioni foi liberado porque a defesa alegou que o mesmo sofre de “surtos de paroxismos epileptiformes”, popularmente chamado de epilepsia.
"A condição inspira cautela, mesmo porque qualquer fator de ordem física ou emocional, poderia desencadear crises convulsivas, as quais, se não devidamente observadas, podem gerar danos à integridade física do investigado”, diz um trecho do documento.
Campioni deverá seguir algumas determinações da Justiça, entre elas usar tornozeleira eletrônica para ser monitorado com raio zero de deslocamento e não manter contato com outros investigados no mesmo processo.
O MP entrou com recurso contra a decisão da 17ª Vara Criminal da Capital, alegando que a liberdade de Igor coloca em risco a apuração do caso, que ainda está em andamento.
A esposa de Kel Ferreti foi presa?
Não. A defesa de Mylla Duarte se pronunciou e negou a prisão domiciliar da influenciadora. No caso dela, a Justiça determinou apenas medidas cautelares, como a proibição de utilizar redes sociais, se ausentar do estado e falar com outros investigados na operação.
A defesa de Mylla informou ainda que houve somente um mandado de busca e apreensão contra ela, em conformidade com as investigações em andamento. A influenciadora não pode se ausentar do estado, nem falar com outros investigados e usar redes sociais.
Celulares enviados para a Polícia Federal
Os juízes da 17ª Vara Criminal da Capital autorizaram que o MP envie os celulares do casal Kel Ferreti e Mylla Duarte Rocha para que sejam desbloqueados pela Polícia Federal. Isso porque o casal se negou a fornecer as senhas dos Iphones.
Na decisão, os magistrados explicam que o Ministério Público pediu a quebra de sigilo de dados, mesmo porque tal autorização já foi dada por força de outra decisão judicial.
Habeas Corpus para Ferreti
A defesa do Kel Ferreti ingressou com Habeas Corpus para a liberação do influenciador digital do sistema prisional. O advogado Rodrigo Monteiro afirmou que a prisão do cliente não é adequada à gravidade das supostas acusações e nem adequada às condições do empreendedor digital, que é réu primário, pai de família, trabalhador e teve uma vida antes da internet.
Monteiro contou ainda que Kel trabalha com a divulgação de jogos on-line dentro do que prevê a legislação, conforme a Lei Federal 14790/2023, que foi aprovada no Congresso Nacional e sancionada pelo presidente Lula, no ano passado. Ele disse ainda que, na visão da defesa, a compra de itens de luxo não se caracteriza lavagem de dinheiro.
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