Vários municípios ao redor
da cidade também foram atingidos; três pessoas morreram. A força das águas
arrastou carros, transformou ruas em rios e interrompeu linhas ferroviárias e rodovias;
previsão é de mais chuva até quinta.
Uma enchente repentina em
Valência, no leste da Espanha, deixou ao menos 92 pessoas mortas, segundo as
autoridades locais, nesta quarta-feira (30). A força das águas arrastou carros,
transformou ruas de vilarejos em rios e interrompeu linhas ferroviárias e
rodovias.
A enchente, a pior em
décadas no país europeu, foi provocada por chuvas torrenciais que atingiram a
região na terça (29), por conta de uma frente fria. A cidade de Valência, a
terceira maior da Espanha, foi muito afetada, principalmente na região sul.
Vários municípios ao redor
da cidade também foram atingidos; três pessoas morreram.
Vídeos compartilhados nas
redes sociais durante a noite mostraram pessoas presas pelas águas da enchente,
e outras em árvores tentando evitar serem levadas pela correnteza.
Um trem de alta velocidade
que tinha quase 300 pessoas a bordo descarrilou perto de Málaga, cidade da
costa mediterrânea que fica a cerda de 600 quilômetros de Valência. Autoridades
locais não relataram feridos. O serviço de trens entre Valência e Madri foi
interrompido, assim como outras linhas na região.
Em alguns municípios
próximos a Valência, como Turís e Utiel, choveu o esperado para o ano inteiro.
O município de Paiporta, conurbado com Valência, ficou
"incomunicável" e pode ter "dezenas" de vítimas, disse a
prefeita à mídia espanhola.
Aumento da temperatura no
Mediterrâneo
Meteorologistas espanhóis
relacionam a intensidade das chuvas com o aumento da temperatura do mar
Mediterrâneo. Valência fica na costa mediterrânea da Espanha.
A agência meteorológica
estatal espanhola (Aemet) declarou alerta vermelho em Valência. As tempestades
devem continuar até quinta-feira (31), de acordo com o serviço meteorológico
nacional da Espanha.
A cidade de Valência foi
destruída por uma enchente na década de 1950, quando uma chuva intensa causou o
transbordamento do rio Túria, que atravessa a cidade. Mais de 80 pessoas
morreram. O episódio motivou o desvio do leito do rio e a construção do Parque
do Jardim do Túria, que se estende pela cidade.
Alertas e 3 dias de luto
As tempestades levaram as
autoridades nas áreas mais atingidas a aconselhar os cidadãos a ficarem em
casa. O presidente regional do leste de Valência, Carlos Mazón, disse nesta
quarta que algumas pessoas permanecem isoladas pelas enchentes.
O governo da Espanha
decretou três dias de luto oficial pelas vítimas. O primeiro-ministro, Pedro
Sánchez, pediu aos moradores para não saírem de casa e alertou para que os
espanhóis não viajem para as regiões afetadas.
O serviço meteorológico
regional da Catalunha, também na costa mediterrânea, emitiu um alerta vermelho
para a área ao redor de Barcelona, alertando sobre ventos fortes e granizo.
“Se os [serviços de
emergência] não chegaram, não é por falta de recursos ou disposição, mas por um
problema de acesso,” disse Mazón, acrescentando que alcançar certas áreas era
“absolutamente impossível.”
Mudanças climáticas
A Espanha ainda está se
recuperando de uma seca severa no início deste ano. Cientistas dizem que o
aumento de episódios de condições extremas provavelmente está relacionado às
mudanças climáticas.
No Brasil, o presidente Lula
desejou solidariedade ao povo espanhol e pediu união na luta contra as mudanças
climáticas.
"As imagens das chuvas
na Espanha causam espanto e nos unem em solidariedade aos espanhóis. Até o
momento, mais de 60 pessoas morreram após as enchentes no sul e leste da
Espanha. Os efeitos da crise climática são devastadores e têm atingido o Brasil
e outros países. Precisamos de mais unidade nas ações entre os países do mundo
para frear seu avanço", afirmou Lula em publicação no X.
Fonte: g1
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