Ministro também informou que
governo vai proibir uso de cartão de crédito e do Bolsa Família em apostas.
Publicidade do setor está 'completamente fora de controle' e será regulada,
disse.
O ministro da Fazenda,
Fernando Haddad, afirmou nesta segunda-feira (30) que até 600 sites de apostas
online serão banidos do Brasil nos próximos dias por apresentarem
irregularidades em relação à legislação aprovada pelo Congresso Nacional.
Em entrevista à rádio CBN,
Haddad recomendou que os jogadores resgatem os recursos nesses sites, para
evitar que o dinheiro seja perdido.
Haddad também anunciou que o
governo adotará novas medidas e fiscalizará, de forma mais dura, regras que já
estão em vigor – como o acompanhamento das apostas por CPF, a limitação das
formas de pagamento e a regulamentação da publicidade das empresas.
"A primeira providência
vai ser banir do espaço brasileiro as 'bets' não regulamentadas. Tem cerca de
500, 600 sites de apostas que vão sair do ar nos próximos dias. Porque a Anatel
vai bloquear no espaço brasileiro o acesso a esses sites. Se você tem algum
dinheiro em casa de aposta, peça a restituição já. Porque você tem direito a
ter o seu valor restituído. Às vezes, o valor fica bloqueado lá pra você
apostar de novo", disse o ministro à CBN.
Segundo o secretário de
Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, a lista de bets
ilegais a serem banidas deve ser divulgada nesta terça-feira (1º). As
operadoras deverão derrubar os sites a partir do dia 11 – a ordem será
oficializada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Na entrevista à CBN, Haddad
também afirmou que a equipe econômica vai banir determinadas formas de
pagamento para as apostas online, como os cartões de crédito e, também, o
cartão do Bolsa Família.
Somente em agosto de 2024, 5
milhões de beneficiários do Bolsa Família gastaram R$ 3 bilhões com as bets.
"Nada disso vai poder
ser utilizado para o pagamento de apostas. E vamos acompanhar CPF por CPF a
evolução da aposta e dos prêmios, pois quem aposta muito e ganha pouco, em
geral está com dependência psicológica do jogo. Quem aposta pouco e ganha
muito, em geral é lavagem de dinheiro", afirmou o ministro da Fazenda.
A Procuradoria Federal dos
Direitos do Cidadão já instaurou um procedimento para verificar o impacto das
apostas online nas pessoas em situação de vulnerabilidade social e econômica.
E, em outra frente, a pedido
do diretor-geral Andrei Passos, a Polícia Federal abriu uma investigação
preliminar para apurar a atuação de grupos internacionais suspeitos de lavar
dinheiro no mercado de apostas esportivas.
O ministro Haddad também
informou que o governo federal quer regulamentar a publicidade das apostas
online, que, em sua visão, está "completamente fora de controle".
"Amanhã, tenho encontro
com entidades ligadas ao setor de publicidade, autorregulação, e vamos tratar
esse assunto. Como tem regulação de publicidade de fumo e bebida alcoólica,
temos de ter o mesmo zelo", explicou ele.
Bets ilegais ainda nem
começaram cadastro
Segundo o secretário de
Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, Régis Dudena, a legislação atual no
país dá prazo até o fim deste ano para que as bets se adequem às novas regras.
Essas regras, de acordo com
ele, já têm uma série de dispositivos para proibir o uso de cartão de crédito,
proteger os apostadores e evitar crimes como a lavagem de dinheiro.
"Começamos a
identificar a formação de dois grupos: um de empresas sérias, que quiseram
atuar e vieram ao Ministério da Fazenda pedir autorização. E um segundo, que
podemos chamar de oportunista. Que começa a explorar os apostadores de uma
forma descontrolada; em muitos casos, praticar fraudes; e, no extremo, ser
utilizado pelo crime organizado para, por exemplo, lavagem de dinheiro",
disse Dudena em entrevista ao Fantástico.
Mesmo antes do fim do prazo,
no entanto, o governo decidiu bloquear bets que, até agora, nem sequer
começaram seus processos de regularização.
"Se o processo foi
aberto em maio e, até hoje, a empresa sequer pediu autorização, não dá para eu
reconhecer que ela está em período de adequação. Estamos restringindo e
dizendo: apenas aquelas que pediram autorização poderão operar nesse período de
transição", explicou.
Fonte: G1.
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