A defesa conseguiu convencer o júri de que os réus agiram para proteger suas vidas, destacando que a ação foi uma reação necessária à ameaça de esfaqueamento.


Em um julgamento que se estendeu por mais de 12 horas, terminando na madrugada desta quinta-feira, a família Gastão foi absolvida pelo Conselho de Sentença no Fórum de Delmiro Gouveia. O caso envolvia os irmãos e o patriarca da família, Seu Gastão, acusados de envolvimento em um crime ocorrido no povoado de Santa Cruz do Deserto, em 2020. Na ocasião, dois membros da família Benevito morreram durante um confronto que, segundo a defesa, foi um ato de legítima defesa.

A defesa conseguiu convencer o júri de que os réus agiram para proteger suas vidas, destacando que a ação foi uma reação necessária à ameaça de esfaqueamento. O Ministério Público tentou argumentar contra a defesa e ofereceu denúncia, mas não conseguiu reverter a decisão do Conselho de Sentença, que optou pela absolvição.

O caso, que gerou grande repercussão na região, foi transferido para o Fórum de Delmiro Gouveia em busca de imparcialidade, devido à pressão pública e ao risco de interferências em Santa Cruz do Deserto. Esse ponto foi, inclusive, enfatizado pelo Ministério Público durante o júri.

A audiência, marcada por embates acalorados entre as equipes de defesa e acusação, foi interrompida diversas vezes pelo magistrado para manter a ordem. A forte presença policial também chamou a atenção, com efetivos do 9º Batalhão, do Batalhão de Operações Especiais (BOPE) e policiais em viaturas descaracterizadas garantindo a segurança do local.

Ao final do julgamento, o resultado foi anunciado pelo juiz Caio Evangelista. Familiares e amigos dos Gastão, que acompanhavam o julgamento no fórum, comemoraram a absolvição. Nem a defesa nem os advogados da acusação, representando a família Benevito, quiseram se manifestar após o veredito. Com a decisão, os irmãos e o pai Gastão foram liberados e terão sua liberdade garantida após quatro anos de espera.