Encontro teve críticas duras
a Alexandre Padilha, palmas para Gleisi Hoffmann e cobrança por freio de
arrumação no governo; “Entorno de Lula é várzea”, diz dirigente.
Convocada para avaliar os
erros e acertos do processo eleitoral, a reunião realizada nesta segunda-feira
(28) pelo alto comando do PT foi marcada por muita tensão, com direito a uma
ampla dose de críticas lançadas na direção do núcleo central do governo.
Tendo como combustível uma
crítica do ministro Alexandre Padilha (Relações Institucionais) ao desempenho
do partido nas urnas, o encontro virou palco para a defesa enfática de um freio
de arrumação no governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Segundo os relatos de
participantes do encontro, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, foi
aplaudida de pé pelos dirigentes, que se revezaram em críticas duras ao
ministro de Relações Institucionais.
Nesta segunda-feira, Padilha
disse que seu partido precisa fazer uma “profunda avaliação”, alegando que a
sigla está no “Z4”, metáfora futebolística que faz referência à zona de
rebaixamento.
Após a reunião, o deputado
Jilmar Tatto, secretário de Comunicação do PT, disse ao blog que a fala
despertou forte reação na legenda.
“É inaceitável que um
ministro de Estado, em vez de cuidar do governo, faça uma coisa desrespeitosa
como essa. É um desrespeito com o seu próprio partido. O que vemos é que esse
entorno do presidente Lula é que está descredenciado. Ali sim, é tudo várzea. E
é fundamental que a gente tenha um freio de arrumação.”
Dirigentes petistas reagiram
imediatamente à fala, descrita por eles como desrespeitosa e infeliz.
A declaração inflamou vários
discursos durante a reunião, levando os participantes a endurecerem as críticas
ao governo.
Em reservado, um ministro de
Lula chegou a dizer que Padilha demonstrou total desrespeito com o partido e
insistiu que, para o colega, vale a máxima de que em boca fechada não entra
mosquito.
Em meio a cobranças por uma
mudança de rumo no governo, a articulação política, em especial, área liderada
pelo ministro, entrou na mira.
Houve também críticas
específicas também ao desempenho do time de Lula na área de comunicação.
Um argumento levantado pelos
presentes é o de que há uma falha crucial na divulgação de realizações do
governo, o que teria contribuído para o mau desempenho do partido nas urnas.
A insatisfação com as falas
do ministro de Relações Institucionais levou Gleisi Hoffmann às redes sociais.
Falando em “refrescar a
memória” do colega, a dirigente disse que o partido paga o preço de estar num
governo de ampla coalizão, além de ser alvo de uma ofensiva da direita.
Fonte: CNN Brasil.
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