Professora de química, Nadja
Maria foi fonte de inspiração para Johnny, que hoje é mestre em Ensino e
leciona na mesma escola em que estudou.
Em seu dia a dia, o
professor tem a missão de inspirar os estudantes a transformarem suas vidas por
meio do estudo. E muitas vezes eles são uma referência tão positiva que os
alunos terminam seguindo a carreira do magistério. Nesta terceira reportagem especial
em homenagem ao Dia do Professor, conheceremos a história de Nadja Souza e
Johnny Gomes, que são referência no incentivo à iniciação científica na rede
estadual.
O começo
O ano era 2010. O cenário
era a Escola Estadual Nossa Senhora da Conceição, localizada no município de
Lagoa da Canoa. O estudante Johnny Pereira Gomes cursava o ensino médio quando
conheceu a professora de química, Nadja Souza. Um primeiro encontro que marcou
as vidas e as histórias dos dois. Ali, naquele lugar e hora, a “química” aconteceu.
Num misto de emoções, o jovem descobriu seu amor pela ciência, pela pesquisa e
pela docência.
“Ela já era uma referência
no ensino, mas foi por meio de sua dedicação aos projetos de iniciação
científica que ela verdadeiramente impactou minha trajetória. Aquele primeiro
contato com a professora Nadja foi decisivo para mim. Não apenas pela paixão
com que ela ensinava, mas pelo modo como mostrava que a docência ia muito além
de transmitir teorias e conceitos. Ela me apresentou à prática de pesquisa, uma
experiência que revelava o quanto aprender e ensinar podiam estar conectados à
descoberta e à inovação. Foi ali que percebi que a educação é também um caminho
de transformação através da curiosidade científica”, afirma Johnny.
Juntos, Johnny e Nadja percorreram
diversas feiras científicas e colecionaram premiações. Dentre elas, vale
destacar a premiação na Feira Brasileira de Ciências e Engenharia da
Universidade de São Paulo (Febrace/USP) em 2012, onde foram premiados na
categoria Diário de Bordo, com o projeto sobre obtenção de óleo de coco por
meios alternativos e de baixo custo, e no Instituto Federal Fluminense (IFF) de
Macaé/RJ. No ano seguinte, voltaram a ser premiados em feira do Instituto
Federal de Alagoas (Ifal) Campus Palmeira dos Índios, e representaram a rede
estadual de Alagoas no London International Youth Science Forum (LYSF), fórum
que reuniu jovens cientistas de todo o mundo na capital britânica.
Hoje, mestre em Ensino pela
Universidade Federal de Sergipe (UFS) e professor efetivo da rede estadual,
Johnny escolheu a mesma escola onde esta história começou para trilhar sua
jornada na docência, na disciplina de História, inspirado pela professora
Nadja. E ele foi além: adotou para si, para a prática com seus alunos, a mesma
metodologia: a de “educar pela pesquisa”.
“É algo que carrego comigo.
Sempre estou em busca de oportunidades, editais de financiamento, como os da
Fapeal, e de talentos que possam, assim como eu, beneficiar-se dessa abordagem
educativa que a professora sempre incentivou. Se hoje sou um educador
comprometido com a pesquisa, é porque lá, em 2010, tive a sorte de ser
inspirado por alguém que enxergava o verdadeiro valor da educação. A professora
Nadja não só transformou minha visão de mundo, como também plantou em mim a semente
da docência que inspira e transforma. Ela nos ensinou, mais do que química, mas
o poder de acreditar no potencial dos alunos e de buscar sempre o melhor, tanto
em nós mesmos quanto em nossa prática educativa. E por isso, serei eternamente
grato”, garante Johnny.
E a sua mestra, “professora
Nadja”, como é amplamente conhecida e reconhecida, não só na região Agreste de
Alagoas, onde concentra grande parte do seu trabalho, mas em todo o estado, por
estudantes, companheiros professores, pesquisadores e gestores, recebeu, com
alegria, a decisão de Johnny e de outros ex-alunos de seguir na mesma trilha
traçada por ela mesma lá atrás.
“A pesquisa abre a mente. Ela permite enxergar
um mundo de possibilidades e oportunidades. E esta foi a maneira que encontrei
desses meninos me seguirem fazendo pesquisas. Foi neste caminho que escolhi
para mim, que me abriu inúmeras portas, que me realizou como pesquisadora e
também com a docência. E, que bom, além de tudo, poder inspirar meus alunos a
seguirem este caminhar”, reconhece emocionada a professora, que, em agosto
deste ano, foi agraciada com o “Prêmio Professor de Impacto” durante a edição
2024 do Trakto Show, em virtude da excelência acadêmica de seus projetos.
Manuella Nobre / Ascom Seduc – Agência Alagoas.
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