As detenções ocorreram no
fim da noite de quarta-feira (21), horas após o início do confronto. Parte dos
suspeitos estavam em posse de rojões e outros explosivos, informou o delegado
de Humaitá.
Após os intensos conflitos
entre garimpeiros e policiais na cidade de Humaitá, interior do Amazonas, nesta
quarta-feira (21), ao menos 16 pessoas foram detidas, informou o delegado
titular da Delegacia Interativa de Polícia (DIP) de Humaitá, Torquato Mozer.
As detenções ocorreram no
fim da noite, horas após o início do confronto. Parte dos suspeitos estavam em
posse de rojões e outros explosivos. De acordo com o delegado, o grupo foi
levado à delegacia do município para prestar esclarecimentos nesta quinta-feira
(22).
Durante o confronto, um
policial teve a perna machucada por explosivos e um jovem foi atingido por um
disparo de arma de fogo. O estado de saúde deles não foi informado.
“O trabalho agora, com essas
dezesseis pessoas detidas que estão sendo ouvidas dentro de um procedimento
específico na unidade policial, é de identificação de quem são as pessoas que
manipulam, quem são as pessoas que coordenaram essas atividades de vandalismo,
de selvageria, que aconteceu aqui na cidade”, disse o delegado.
A ‘Operação Prensa’,
deflagrada pela Polícia Federal (PF), começou na última segunda-feira (19) com
o objetivo de combater o garimpo ilegal no sul do Amazonas. Segundo a PF, as
ações contam com o apoio do Ibama e de outros órgãos federais. Em dois dias,
200 dragas de garimpo espalhadas pelo rio Madeira foram destruídas.
Em represália à operação,
garimpeiros entraram em confronto com os agentes que desembarcaram em um porto
privado na cidade amazonense de Humaitá. Manifestantes atearam fogo em pneus em
frente ao porto da cidade e trocaram tiros com os policiais. Os manifestantes
conseguiram invadir o porto e avançar contra a tropa federal com rojões e
pedras.
Os policiais federais
tiveram que recuar e seguiram viagem pelo rio Madeira. Inconformados, os
garimpeiros seguiram para a frente da prefeitura de Humaitá, onde houve novo
confronto, agora com policiais militares, que revidaram a ofensiva.
A Escola Estadual Patronato
Maria Auxiliadora, localizada no Centro da cidade, estava com 350 estudantes em
aula no momento em que o conflito teve início nas imediações. Os professores
mantiveram os alunos dentro da sala de aula até que a situação fosse
controlada.
"Eu nunca tinha vivido
uma situação dessas, mas a polícia conseguiu conter da melhor forma. Nós,
funcionários aqui da escola, juntamente com a gestora e os professores,
conseguimos também amenizar a situação, deixando os alunos dentro da escola o
mais pacífico possível”, relatou o porteiro da escola, Raimundo dos Santos.
Segundo o major da PMAM e
comandante do 4º Batalhão de Polícia do Amazonas em Humaitá, Anderson Saifer,
houve tentativa, por parte das autoridades, em dialogar com os manifestantes, o
que não teria sido respeitado pelo grupo de garimpeiros.
“Infelizmente, alguns
desordeiros, alguns vândalos, porque essa é a palavra, não quiseram conversar.
Eles atentaram contra a prefeitura de Humaitá, tentaram atear fogo na casa do
governante dessa cidade, tentaram ir a vários outros órgãos, jogaram pedras em
frente ao Ministério Público da cidade, então, são pessoas totalmente
desordeiras", afirmou o policial.
Em nota, a Polícia Federal
informou que a operação deve continuar por cerca de dez dias. Cinquenta homens
do grupo de choque da Polícia Militar de Rondônia chegaram a Humaitá para
contribuir na operação de controle e na restauração da ordem pública.
Ao g1, a Secretaria de
Estado de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) informou que manteve o
controle da ordem pública no município de Humaitá a partir de ações dos
efetivos da Polícia Militar (PMAM), que contou com o apoio de policiais da
Delegacia Interativa de Polícia Civil (DIP) do município e de militares da
Polícia Militar de Rondônia, que pela proximidade, auxiliou as tropas
amazonenses.
Por: g1.globo.com
0 Comentários