Os órgãos foram enviados para outro estado por falta de receptores no estado de Alagoas.


Um homem de 46 anos que residia no bairro do Benedito Bentes, em Maceió, teve os dois rins doados pela família após ele ter a morte encefálica constatada pelos médicos do Hospital Geral do Estado (HGE) em Maceió. Os órgãos foram enviados para São Paulo por não ter receptor compatível em Alagoas.

O doador morreu após ter sofrido um acidente casual que resultou em um traumatismo cranioencefálico. Ele era solteiro, sem filhos e autônomo. Por ser diagnosticado com Hepatite C, apenas os seus dois rins foram retirados e disponibilizados para o transplante. A captação dos órgãos foi realizada nessa última quarta-feira (29), autorizada por seu irmão.

“Eu sou um doador e acredito que essa atitude pode amenizar a dor da perda em outra família. Infelizmente não podemos salvar a vida do meu irmão, mas fico feliz em saber que há um pedacinho dele vivo em alguém e esse alguém poderá levar felicidade aos entes que o cerca”, declarou seu irmão, que preferiu não ser identificado.

A enfermeira da Organização de Procura de Órgãos, Ane Karine, reforça que o doador foi submetido ao protocolo que identifica a morte encefálica. Com o diagnóstico, a família foi acolhida e sensibilizada para a liberação dos procedimentos que visam a retirada, o armazenamento e o transporte até o requerente compatível com o doador.

"Reforçamos que a decisão pela doação de órgão respeita a lista de espera do Sistema Nacional de Transplantes, conforme critérios técnicos, em que a tipagem sanguínea, compatibilidade de peso e altura, compatibilidade genética e critérios de gravidade distintos para cada órgão determinam a ordem de pacientes a serem transplantados”, explicou a coordenadora da Central de Transplantes de Alagoas, Daniela Ramos.

A lista para transplantes é única e vale tanto para os pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto para os da rede privada, respeitando a ordem cronológica de cadastro, embora pacientes em estado crítico sejam atendidos com prioridade em detrimento a sua condição clínica.

“São eventos determinantes na fila de doação: a impossibilidade total de acesso para diálise, no caso de doentes renais; a insuficiência hepática aguda grave, para doentes do fígado; necessidade de assistência circulatória, para pacientes cardiopatas; e rejeição de órgãos recentes transplantados”, explicou a coordenadora.

Atualmente, há 538 pessoas aguardando por transplante em Alagoas: 500 por córneas, 33 por um rim e cinco por um fígado. Este ano, o Governo de Alagoas, por meio da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), lançou o “Programa Alagoas Transplanta: Uma Nova Chance de Viver”, que visa realizar transplantes cardíacos e renais no Hospital do Coração Alagoano.

Fonte: Assessoria.