O empresário, que é réu por
homicídio doloso e lesão corporal gravíssima, foi preso na segunda (6) após se
entregar em uma delegacia.
O Ministério Público de São
Paulo pede que o empresário e Fernando Sastre de Andrade Filho, 24, pague R$ 5
milhões a título de danos morais à família do motorista de aplicativo Ornaldo
Silva Viana, 52, morto no acidente provocado por Sastre quando dirigia um
Porsche, em 31 de março.
Em seu despacho, o promotor
Fernando Bolque também pede o pagamento de uma pensão e solicita que o
benefício -no valor de três salários mínimos (R$ 4.200)- seja concedido por
meio de liminar (decisão provisória) da Justiça até a conclusão do processo.
Perícia apontou que o carro
de luxo trafegava a mais de 100 km/h, acima do limite permitido de 50 km/h,
quando ocorreu a colisão em uma via na zona leste de São Paulo.
O empresário, que é réu por
homicídio doloso e lesão corporal gravíssima, foi preso na segunda (6) após se
entregar em uma delegacia. Ele está no Centro de Detenção Provisória 2 de
Guarulhos (Grande SP).
Segundo a Promotoria, o
pedido foi publicado em ação indenizatória ajuizada pelos familiares de Viana.
O acidente ainda deixou uma
pessoa gravemente ferida. O amigo de Sastre, Marcus Vinicius Rocha, 22, que
estava no banco do passageiro no momento do acidente, precisou passar por duas
cirurgias -uma delas para retirada do baço- e ficou dez dias internado em UTI.
Após receber alta, ele retornou ao hospital no dia 28 de abril com complicações
e voltou a ter alta no último domingo (5).
O Porsche dirigido pelo
empresário estava a 156 km/h na avenida Salim Farah Maluf (zona leste )
momentos antes de colidir com o Renault Sandero de Ornaldo Silva Viana.
A defesa de Fernando entrou
com pedido de habeas corpus no STJ (Superior Tribunal de Justiça), que foi
negado pelos ministros.
PEDIDO DE PRISÃO PREVENTIVA
- A prisão foi pedida pelo Ministério Público de São Paulo, que já havia
solicitado a detenção do empresário outras três vezes, todas negadas pela
Justiça.
Na semana passada, o juiz
Roberto Zanichelli Cintra, da 1ª Vara do Júri de São Paulo, havia negado o
terceiro pedido de prisão preventiva. Ele argumentou que as motivações da
Promotoria não têm "vínculo com a realidade dos autos e buscam suas
justificativas em presunções e temores abstratos".
Na quinta (2), a promotora
do caso, Monique Ratton, solicitou novamente a prisão. Ela alegou que, além de
o caso preencher requisitos autorizados para a prisão preventiva, o empresário
influenciou o depoimento da sua namorada, que apresentou às autoridades
policiais informações idênticas às dadas pela mãe de Fernando, Daniela Cristina
de Medeiros Andrade.
O recurso foi aceito pela
Justiça, que concordou com a prisão preventiva do empresário. No pedido, a
promotora afirmou que Fernando possui outros dois boletins de ocorrência nos
quais constam envolvimento em acidentes com outros automóveis. Em um deles, é
registrado que o empresário atingiu dois motociclistas com seu veículo.
Na denúncia encaminhada, o
Ministério Público considera que Fernando ingeriu álcool em dois
estabelecimentos antes de dirigir no dia do acidente.
"A namorada e um casal
de amigos tentaram demovê-lo da intenção de dirigir, mas o condutor ainda assim
optou por assumir o risco", diz a Promotoria, que também citou a
velocidade do carro, de 156 km/h na hora do acidente, de acordo com a perícia.
O órgão cita ainda que o
amigo de Fernando também foi gravemente ferido e ficou na UTI por dez dias.
"O denunciado só se apresentou 36 horas depois da colisão, tendo deixado o
local dos fatos com autorização dos policiais militares que atenderam à
ocorrência", afirma.
O Ministério Público também
requisitou o compartilhamento de provas para que os agentes públicos respondam
por "eventual cometimento de crime por terem cedido ao pedido da genitora
do denunciado de levá-lo ao hospital, quando deveriam tê-lo escoltado até o
local".
Fonte: Folha Press
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