Os cinco indivíduos, presos
durante a Operação Maligno, deflagrada nessa última quinta-feira, 16,
integravam uma quadrilha especializada em burlar concurso público através de
crimes como a venda de facilidades aos gestores público, a exemplo de
funcionários fantasmas e lotação por indicações.
A denúncia apresentada pelo
Ministério Público de Alagoas contra cinco pessoas acusadas de desviar cerca de
R$ 243 milhões, entre outubro de 2020 e março de 2023, em contratos com vinte
prefeituras de Alagoas, aponta que o grupo estava cobrindo os rastros dos crimes
com o pagamento de propinas e subornos a agentes públicos e policiais. Os cinco
indivíduos, presos durante a Operação Maligno, deflagrada nessa última
quinta-feira, 16, integravam uma quadrilha especializada em burlar concurso
público através de crimes como a venda de facilidades aos gestores público, a
exemplo de funcionários fantasmas e lotação por indicações.
Em um trecho da denúncia
encaminhada à 17ª Vara Criminal da Capital, o MP cita que em uma das planilhas
apreendidas há o detalhamento da distribuição de parte dos recursos públicos.
Esse detalhamento recebeu o nome de “despesas de logística de dinheiro”. A Operação Maligno aponta que, até o momento,
vinte prefeituras são investigadas por suspeita de receber propinas da
organização criminosa.
A investigação feita pelo
órgão descobriu que havia assinaturas que estabeleciam pagamentos para duas
pessoas ligadas à organização criminosa. Entre as assinaturas, também havia
previsão de pagamento para um policial, que teria recebido a quantia de R$ 15
mil. No local onde foram feitas as buscas, foi encontrado uma quantidade não
informada de dinheiro, que estava em lotes separados e dentro de algumas
caixas. Segundo a investigação, os nomes das prefeituras, que são suspeitas de
receber propina da organização criminosa, estavam escritos nas caixas.
Em outra parte da denúncia,
o Ministério Público destacou que o casal, apontado como dono da falsa
cooperativa, é destinatário dos maiores montantes financeiros desviados dos
entes públicos e ostentava padrão econômico de vida luxuoso.
"A vida de milionário
ostentada pelo casal se deu a partir de 2019, quando a empresa foi efetivamente
constituída. Já outros dois acusados, noutro giro, são pessoas humildes
economicamente e que cederam seus nomes e dados para figurarem em empresas de
fachada, visando que os valores públicos transitassem por suas contas e
aportassem no patrimônio ilícito do casal. São, portanto, testas de ferro na
Orcrim e operadores financeiros que vêm destinando valores vultosos à chefia do
grupo, além de realizarem saques desses recursos para pulverizá-los no mercado
financeiro e, ainda, efetuarem pagamentos de propinas, inferência esta que
decorre das planilhas da organização criminosa demonstrativas dos pagamentos a
agentes públicos”, explicou o MP.
Para lavar o dinheiro, os
chefes da quadrilha aplicavam parte dos valores no mercado financeiro e, uma
outra, era utilizada na promoção de shows e eventos no município de Sento Sé,
no estado da Bahia. Também foram adquiridos diversos bens, como fazendas e
veículos de alto valor, dentre eles, um
Porsche vermelho, modelo Carrera 911, que pertenceu ao ex-jogador Daniel Alves
e está avaliado em mais de R$ 828 mil. O grupo também investiu na abertura de
novos empreendimentos, como, por exemplo, em um hotel no interior da Bahia.
Fonte: Cada Minuto.
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