Aparelho
considerado o mais potente do mundo trouxe registros inéditos do órgão;
descoberta poderá auxiliar na detecção e tratamento de doenças como o
Alzheimer.
A
Comissão de Energia Atômica da França (CEA), compartilhou, na terça-feira (2),
imagens inéditas de alta precisão do cérebro humano, realizadas através da
máquina de ressonância “mais poderosa do mundo”. A descoberta pode ser
importante para detectar doenças neurodegenerativas como o Alzheimer e
Parkinson.
As
novas imagens são fruto de mais de 20 anos de pesquisa e desenvolvimento sobre
o scanner Iseult, atualmente considerado como o aparelho de ressonância
magnética mais poderoso do mundo, possuindo uma intensidade de campo magnético
de 11,7 teslas, maior do que aparelhos normalmente utilizados em hospitais, que
chegam no máximo a três teslas.
O
Iseult foi capaz de adquirir as imagens do cérebro humano em apenas 4 minutos.
Em outros aparelhos, as imagens na mesma qualidade seriam detectadas depois de
horas e não seriam realistas, pois,
segundo a CEA, os pacientes não se sentiriam confortáveis e
qualquer movimento ‘desfocaria’ a imagem”.
O
objetivo da nova máquina é estudar cérebros humanos saudáveis e
doentes utilizando a alta resolução como apoio, que permitirá descobrir novos
detalhes relacionados à anatomia, conexões e atividade do cérebro humano.
“Neurocientistas,
físicos, matemáticos e médicos trabalharam juntos para desenvolver ferramentas
e modelos que ajudarão a compreender melhor como funcionam os cérebros
saudáveis e doentes, expandindo os horizontes das
explorações do cérebro humano”, explica Anne-Isabelle
Etienvre, Diretora de Pesquisa Fundamental do CEA, em comunicado à imprensa.
“Com
o projeto Iseult, um mundo totalmente novo se abre diante dos nossos olhos e
estamos entusiasmados em explorá-lo. Ainda precisamos de vários anos de
investigação para desenvolver e melhorar os nossos métodos de aquisição e
garantir que os dados tenham a mais alta qualidade possível”, diz Nicolas
Boulant, Chefe do projeto e Diretor de Investigação do CEA, também em
comunicado.
Detectando
doenças neurodegenerativas
A
nova descoberta terá impacto na pesquisa médica. Segundo a CEA, as imagens de
alta precisão apoiarão o diagnóstico e os cuidados de saúde para doenças
neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.
Além
disso, também facilitará a detecção elementos químicos que são difíceis de
capturar em campos magnéticos inferiores ao Iseult a fim de avaliar com
precisão sua eficácia no cérebro, como o lítio, composto presente em
medicamentos usados para tratar transtornos bipolares.
“Nosso
objetivo é investigar doenças neurodegenerativas até 2026-2030, bem como outras
doenças que se enquadram mais na psiquiatria, como esquizofrenia e transtornos
bipolares. As ciências cognitivas também terão uma importância fundamental na
nossa investigação”, ressalta Nicolas Boulant.
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