Em
coletiva de imprensa na tarde deste domingo (24), ministro falou sobre operação
da PF que prendeu três suspeitos de envolvimento no assassinato.
O
ministro da Justiça e Segurança Pública (MJSP), Ricardo Lewandowski, afirmou
que o motivo da execução da então vereadora Marielle Franco e de seu motorista,
Anderson Gomes, está relacionado à atuação da milícia na disputa por terras no
Rio de Janeiro.
Em
coletiva de imprensa na tarde deste domingo (24), Lewandowski chegou a citar um
trecho do relatório de Polícia Federal (PF) sobre o caso que expõe a ligação:
“No
mesmo sentido, apontam diversos indícios do envolvimento dos Brazão, em
especial de Domingos, com atividades criminosas, incluindo-se neste diapasão às
relacionadas com milícias e grilagem de terras. E, por fim, ficou delineada a
divergência no campo político sobre questões de regularização fundiária e
defesa do direito de moradia.”
“Essa
investigação é uma espécie de radiografia de como operam as milícias e o crime
organizado no Rio de Janeiro. E como há um, digamos assim, entrelaçamento,
inclusive com alguns órgãos políticos e públicos — que é algo realmente
bastante preocupante”, avaliou o chefe da pasta.
Após
seis anos do crime, a PF prendeu hoje o deputado federal Chiquinho Brazão
(União Brasil-RJ), o conselheiro do Tribunal de Contas da União do Rio,
Domingos Brazão, e o delegado Rivaldo Barbosa.
Segundo
apurou a CNN, as prisões dos três suspeitos de mandar matar a vereadora foram
antecipadas por medo de vazamentos da delação de Ronnie Lessa.
“Aqui
impende destacar que este cenário recrudesceu justamente no segundo semestre de
2017, atribuído pelo colaborador como sendo a origem do planejamento da
execução ora investigada. Ocasião a qual ressaltamos a descontrolada reação de
Chiquinho Brazão a atuação de Marielle na apertada votação do PL à Câmara,
número 174 de 2016″, diz outro trecho do documento lido pelo ministro.
Lewandowski
defendeu, mais de uma vez, que as ações de hoje representam “um triunfo
expressivo do Estado brasileiro contra a criminalidade organizada”.
“E
essa etapa mais importante das investigações foi vencida a partir da eleição e
da posse do novo governo. E quando, com muita disposição e energia, se colocou
a PF a serviço da elucidação desse crime”, acrescentou.
Denúncia
Embora
não haja prazo para oferecimento de denúncia pelo Ministério Público Federal
(MPF), o ministro disse acreditar que o conteúdo disponível permite que se
avance para essa etapa.
“O material
que lá existe já deve permitir que o Ministério Público Federal apresente uma
denúncia, se for o caso, contra um ou contra a todos aqueles que estão
investigados e arrolados, ou que tiveram seus nomes mencionados no inquérito”,
explicou.
De
acordo com Lewandowski, o caso será julgado perante a Primeira Turma do STF —
onde tem assento o ministro, e relator, Alexandre de Moraes.
Fonte:
CNN Brasil.
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