Corpo da menina foi enterrado nesta quarta-feira (13), em Niterói, na Região Metropolitana; pai alegou que bateu para “corrigir o comportamento”.


Durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (13), a Justiça do Rio converteu a prisão em flagrante de Ilias Olachegoun Adeniyi Adjafo, de 30 anos, em prisão preventiva.

Ele é apontado como o responsável pela morte da própria filha de 8 anos, em Niterói, na Região Metropolitana do Rio. O homem, que é natural do Benin, na África, foi preso em flagrante na terça-feira (12).

Ilias permaneceu algemado durante a audiência. A defesa dele pediu liberdade provisória, o que foi negado pelo Juiz Alex Quaresma Ravache. O magistrado solicitou que a prisão fosse comunicada ao consulado de Benin.

“Os fatos relatados no APF (Auto de Prisão em Flagrante) indicam que o custodiado agrediu, com repetidos golpes, de forma intensa e brutal, uma criança de 8 anos, que não tinha capacidade de autodefesa, assumindo o risco de causar o resultado morte. Resta evidenciada a gravidade concreta do delito e alta periculosidade do indiciado. Ao menos neste momento inicial, são insuficientes as medidas cautelares diversas da prisão. Necessária, portanto, a prisão cautelar como garantia da ordem pública”, afirmou o juiz na decisão.

A pequena Aoulath Alyssah Rodrigues Damala foi enterrada, também nesta quarta-feira, no cemitério do Maruí, em Niterói. A Polícia Civil continua investigando o caso através da Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo. Uma professora da menina e outros funcionários da escola devem ser ouvidos ainda esta semana.

Segundo as investigações, o homem teria se irritado com a filha por problemas na escola. Em depoimento, o homem alegou que teria batido “para corrigir o comportamento dela”. O caso ocorreu no bairro São Lourenço, em Niterói, onde a garota morava com o pai.

Após as agressões, o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) chegou a ser acionado, mas já encontrou a menina morta na casa da família.

A Polícia encontrou um cinto que o pai teria usado para espancar a filha. O laudo do exame de corpo de delito apontou que a menina apresentava diversas lesões nas costas, tórax, braços e face, todas provocadas por ação contundente. A suspeita é que ela tenha morrido por causa de uma lesão na coluna cervical.

“O que a gente tem é que ele claramente agrediu a filha diversas vezes. Eu posso dizer que, em dez anos, muitos deles trabalhando com homicídios, eu nunca tinha visto aquela intensidade de lesões”, afirmou o delegado responsável pelas investigações, Willians Pena.

Ilias Damala foi autuado em flagrante pelo crime de homicídio qualificado por motivo fútil, praticado por meio de tortura, por ascendente, e contra menor de 14 anos. Se condenado, pode pegar de 12 a 30 anos de prisão.

Fonte: CNN Brasil.