Substâncias
são tóxicas e podem causar danos à saúde de quem inspira a fumaça.
Com
cheiros, formas e cores, os cigarros eletrônicos são comercializados com o
falso argumento de que não fazem mal à saúde. Mas, conforme o médico
pneumologista Luiz Cláudio Bastos, que atua no Hospital Geral do Estado (HGE),
em Maceió, esses dispositivos chegam a ser ainda mais perigosos, uma vez que os
fabricantes iludem menores, os quais podem adquirir o vício da nicotina e levar
a fumaça tóxica para os seus contatos próximos.
“Não
tem essa de que é menos danoso, ou que ajuda a eliminar o cigarro convencional,
ou que é só durante a festa. Os cigarros eletrônicos também possuem nicotina e,
pior, possuem aditivos que também são prejudiciais à saúde. A melhor
alternativa é eliminá-los de nossas vidas, tão quanto qualquer outra droga”, afirmou
o especialista.
A
nicotina também está na fumaça desses dispositivos e pode alcançar o pulmão de
pais, mães, filhos, amigos ou de qualquer pessoa que respire no mesmo ambiente.
Em gestantes, o contato com esse tipo de fumo, ainda que de forma passiva, pode
causar malformações neurológicas no feto.
“E
além da nicotina, o óleo usado no cigarro eletrônico possui diversas
substâncias que podem causar danos nos pulmões, como o propilenoglicol, a
glicerina vegetal, o dietilenoglicol, a acroleína, o benzeno, o diacetil,
vários metais pesados, o acetaldeído e o formaldeído. Algumas delas, como o
propilenoglicol, quando queimado, libera 10 vezes mais formaldeído que o
cigarro convencional”, alertou Luiz Cláudio Bastos.
O
propilenoglicol é um líquido transparente, utilizado como base para formar o
vapor, e quando aquecido pode se transformar em óxido de etileno, que é uma
substância cancerígena; a glicerina vegetal pode causar inflamação nos pulmões;
o dietilenoglicol pode causar intoxicação e doenças pulmonares; a acroleína
pode desencadear danos irreversíveis aos pulmões; o benzeno pode levar ao
câncer e leucemia; o diacetil pode levar à inflamação e cicatrizes nos
brônquios e desenvolvimento de bronquiolite obliterante; e o acetaldeído, bem
como o formaldeído, quando combinados, são comprovadamente cancerígenos.
“Já
os metais pesados como níquel, chumbo, estanho e cádmio são capazes de causar
danos nos pulmões e problemas respiratórios, como enfisema pulmonar ou a DPOC
[Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica]. Esses metais pesados podem também afetar
o cérebro, os rins ou outros órgãos. Ou seja, não tem nada de legal e
‘descolado’ em utilizar esses dispositivos, ainda mais se forem produtos de
contrabando”, pontuou o pneumologista do HGE.
Venda
Proibida
Apesar
de ser proibida a comercialização, importação e propaganda de cigarros
eletrônicos no Brasil, um grande número de jovens brasileiros usa esse produto.
A proibição foi determinada pela Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) número
46/2009 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Não há, portanto,
autorização no Brasil para quaisquer dispositivos eletrônicos para fumar,
independentemente de sua composição e finalidade.
Fonte: Agência Alagoas.
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