Desde o desastre da Braskem quase todas as minas foram desativadas, exceto a mina 18, pois detectaram que desativá-la causaria um dano muito grande. Desde então, a mina 18 vem sendo monitorada há uns de 3 anos.


A situação de emergência por 180 dias em Maceió devido ao iminente colapso da mina nº 18, mantida pela Braskem, na região da Lagoa Mundaú, no bairro do Mutange, assustou os maceioenses e o assunto tem gerado muita repercussão, relatos e dúvidas nas redes socais.

De acordo com as autoridades no assunto, a mina 18 pode colapsar a qualquer momento e um aviso já foi emitido pela Defesa Civil Municipal. O CadaMinuto teve acesso a documentos que explicam o que de fato pode acontecer.

Desde o desastre da Braskem quase todas as minas foram desativadas, exceto a mina 18, pois detectaram que desativá-la causaria um dano muito grande. Desde então, a mina 18 vem sendo monitorada há uns de 3 anos.

Há dois dias, o monitoramento da Braskem, da Prefeitura de Maceió e das equipes do Governo Federal detectaram que a mina começou a apresentar risco de colapso e desde esta terça-feira (28) esse risco ficou eminente.

Segundo os órgãos responsáveis, o colapso vai ocorrer em uma cratera que tem cerca de 260 metros e 500 mil metros cúbicos de água salinizada.

Ações e medidas

A Prefeitura de Maceió e a Defesa Civil Federal acreditam que o impacto do colapso da cratera, que será de dentro para fora, irá atingir áreas desabitadas, não irão atingir residências. No entanto, como os abalos sísmicos foram sentidos em várias regiões do bairro do Farol, inclusive na sede do Exército, várias ações preventivas foram imediatamente tomadas.

Uma das ações imediatas foi a transferência dos pacientes do Hospital Sanatório para outros hospitais. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) realizou a transferência de cinco pacientes que estavam na UTI do hospital para a Santa Casa de Maceió.

O Ministério Público Federal (MPF), o Governo do Estado, o Exército e a Marinha foram avisados.

Ao longo desta quarta-feira (29), diversas medidas foram tomadas. A Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência. O Governo de Alagoas pediu apoio e participação da Defesa Civil Federal, mas a equipe do órgão nacional já está na capital alagoana, vieram com o prefeito de Maceió, JHC, e estão atuando no Centro de Monitoramento criado pela prefeitura local.

Segundo informações da Prefeitura de Maceió, todas as secretarias estão atuando e há ônibus disponível para atender um total de 5 mil pessoas, que devem ser transferidas para abrigos, onde terão direito a refeições diárias e e todo a assistência necessária. Também há a opção de que as pessoas sejam encaminhadas para a casa de parentes e receberão cestas básicas.

As ações de assistência realizada para os moradores serão feitas de forma preventiva, pois, por se tratar de um fenômeno natural, não se sabe exatamente quantas pessoas serão afetadas.

Impacto ambiental

Há também a preocupação com o impacto ambiental. O CadaMinuto apurou junto a especialistas que o colapso provocará um desastre maior do que o afundamento dos bairros, pois também afetará todo o ecossistema da Lagoa Mundaú, além do impacto enorme em Maceió.

De acordo com especialistas, a mina é como uma pia com um tampão. E este tampão está prestes a se romper. Quando o rompimento acontecer, a lagoa irá receber uma enorme quantidade de sal e isso afetará mangues e toda a vida aquática.

Não há precisão de quantos bairros serão afetados pelo colapso da mina, mas a princípio os bairros de Sanatório, Bom Parto, os Flexais e até uma parte do Farol podem ser afetados.

O que diz a Prefeitura

A Prefeitura de Maceió afirmou que irá publicar esclarecimentos e orientações sobre a assistência a ser oferecida pelo Município.

O diretor da Defesa Civil Nacional, Paulo Falcão, afirmou, por meio da assessoria de Comunicação da Prefeitura de Maceió, que o órgão está à disposição para prestar total apoio ao Município.

A Prefeitura de Maceió decretou estado de emergência por 180 dias e criou um Gabinete de Crise para acompanhar a situação dos últimos sismos que se intensificaram e agravaram o quadro na região já desocupada, próximo ao antigo campo do CSA.

O funcionamento do Gabinete de Crise será permanente no sentido de monitorar a área afetada pela tragédia e tomar todas as providências para salvar vidas. Todos os dias, o Gabinete de Crise irá manter comunicação direta com a população e a imprensa de Maceió, publicando boletins atualizados sobre o assunto.