Pelo
menos 35 coletivos e um trem foram incendiados após a morte do sobrinho de um
miliciano que atua na zona oeste da capital fluminense.
A
cidade do Rio de Janeiro começou a semana com onda de ataques na zona oeste.
A
suspeita é que as ações aconteceram após uma operação policial que resultou na
morte do sobrinho de um miliciano que atua na região.
Quando começaram os ataques?
Os
ataques começaram na tarde da última segunda-feira (23). Pelo menos 35 ônibus foram
queimados.
De
acordo com o Rio Ônibus — que é o sindicato das empresas do transporte coletivo
na capital fluminense –, esse foi o maior número de ônibus queimados na cidade
em um único dia.
Qual
foi o prejuízo?
A
cidade do Rio de Janeiro teve prejuízo de quase R$ 30 milhões com os incêndios,
segundo o Rio Ônibus.
Houve
outros equipamentos incendiados?
Um
trem da SuperVia também foi incendiado nas proximidades da estação Tancredo
Neves, no bairro de Santa Cruz.
De
acordo com a empresa, uma composição “que saía de Santa Cruz sentido Central,
às 18h04, foi abordada por bandidos nas proximidades da estação de Tancredo
Neves”.
“O
maquinista foi obrigado pelos bandidos a abrir a porta, a descer da composição
e teve que retornar à estação. Os criminosos atearam fogo à cabine de um trem.
Todos os passageiros desembarcaram em segurança.”
Por
conta do ataque, as estações ficaram fechadas no trecho entre Benjamim do Monte
e Santa Cruz.
Quem
foi morto?
Matheus
da Silva Resende, de 24 anos, morreu horas antes dos ataques aos ônibus e trem
durante um confronto com policiais civis numa favela no bairro de Santa Cruz.
Conhecido
como Teteu ou Faustão, Resende era sobrinho de Luis Antônio da Silva Braga, o
Zinho, que desde 2021 é o líder do principal grupo miliciano que atua no Rio.
Faustão,
era o segundo na hierarquia do grupo, segundo a polícia.
Segundo
o governador Cláudio Castro (PL), pelo menos 12 pessoas foram presas por “ações
terroristas” após atearem fogo aos coletivos.
“Prendemos
12 criminosos ateando fogo em ônibus. E esses criminosos já estão presos por
ações terroristas. E como ações terroristas, estarão sendo encaminhados
imediatamente para presídios federais, porque lá é local de terrorista”,
afirmou Castro.
“Nossas
forças de segurança estão unidas e ativas, e a nossa população pode dar um voto
de confiança. Porque essa luta é para libertar nossa população dessas facções,
dessas verdadeiras milícias”, declarou o governador.
O
que disse o governador?
Castro
afirmou que a morte de Faustão “foi um duro golpe na maior milícia da zona
oeste”.
“Além
do parentesco com o criminoso, ele atuava como ‘homem de guerra’ do grupo
paramilitar, sendo o principal responsável pelas guerras por territórios que
aterrorizam moradores no Rio”, disse o governador.
Como
estão as investigações?
De
acordo com Castro, as autoridades do estado querem prender o líder miliciano
Zinho, além de Danilo Dias Lima, conhecido como Tandera, um dos milicianos mais
procurados do estado, e Wilton Carlos Rabelho Quintanilha, o Abelha, líder do
Comando Vermelho (CV).
“É
nosso compromisso e eu já tenho dito, prender os três maiores líderes do
tráfico e da milícia do Rio de Janeiro. Hoje a nossa intenção era na milícia do
miliciano conhecido como Zinho”, explicou Castro, sobre a operação em que Faustão
morreu.
As
aulas foram suspensas?
A
Prefeitura do Rio de Janeiro suspendeu as aulas nas escolas municipais da zona
oeste após os atos da última segunda-feira.
A
informação foi confirmada nas redes sociais pelo secretário municipal de
Educação do Rio, Renan Ferreirinha.
“Nossas
equipes estão acompanhando de perto para minimizar os danos dessa guerra na
vida do carioca, em especial nossos alunos e profissionais”, escreveu o titular
da pasta.
O
que disse o prefeito?
O
prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), afirmou que os responsáveis por
atear fogo nos coletivos, além de bandidos, são burros.
“Quando
o sujeito além de bandido é burro. Milicianos na Zona Oeste queimam ônibus
públicos pagos com dinheiro do povo para protestar contra operação policial.
Quem paga é o povo trabalhador. E para piorar, tivemos que interromper serviços
de transporte na Zona Oeste para que não queimem mais ônibus”, afirmou Paes.
“Ou
seja, únicos prejudicados: moradores das áreas que eles dizem proteger! Essa
gente precisa de uma resposta muito firme das forças policiais! Como prefeito,
apelo ao Governo do Estado e ao Ministério da Justiça para que atuem para
impedir que fatos assim se repitam”, prosseguiu.
A
segurança será reforçada no Rio?
O
ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou que aumentará ainda mais as equipes
federais que estão no Rio de Janeiro.
“Estamos
mantendo e ampliando operações diárias no Rio, no que se refere à competência
federal, com realização de prisões, investigações, patrulhamento e apreensões.
Vamos aumentar mais ainda as equipes federais, em apoio ao Estado e ao
Município. Em um sistema federativo, temos que respeitar os demais entes da
Federação e buscar ações convergentes, o máximo quanto possível”, disse Dino.
“Foi
assim que agimos em outros estados que atravessaram crises de Segurança neste
ano de 2023. Teremos novas decisões nos próximos dias, sob orientação do
presidente Lula”, prosseguiu.
Dino
comunicou ainda que o secretário executivo do ministério, Ricardo Cappelli, o
secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar, e o comandante da
Força Nacional, coronel Alencar, se reunirão no Rio com as superintendências da
Polícia Federal e da Polícia Rodoviária Federal.
*Publicado por Douglas Porto / CNN Brasil.
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