Polícia
trabalha com hipótese de que um dos médicos mortos pode ter sido confundido com
o filho de um miliciano do Rio de Janeiro.
O
ministro da Justiça, Flávio Dino, afirmou que existem “duas ou três” linhas de
investigação policial sobre o assassinato de três médicos em um quiosque na
Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, na madrugada desta quinta (5). Dino também
disse que os investigadores já possuem indicações que podem levar à autoria do
fato.
Ao
menos 33 tiros foram disparados no ataque a tiros e um dos mortos era irmão da
deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP) e cunhado do deputado Glauber Braga
(PSOL-RJ).
Em
coletiva de imprensa em Salvador, onde cumpre agenda sobre as ações de
segurança pública no estado, Dino relatou que os investigadores – das polícias
Civil do Rio de Janeiro e São Paulo, além da Polícia Federal – já têm indícios
que podem levar à autoria do crime.
“Falei
há pouco com nossa equipe que está no Rio de Janeiro e eles estão firmes, junto
com a Polícia Civil, na convicção de que vão elucidar esse crime porque há
indicações já que podem conduzir à configuração da materialidade da autoria do
delito”, disse.
Segundo
o ministro da Justiça, está claro para as autoridades de que o ocorrido se
trata de uma execução, não um crime patrimonial.
“Há
duas ou três linhas de investigação que estão sendo percorridas. O fato de
haver proximidade com dois deputados federais faz com que nós tenhamos essa
presença da Polícia Federal, inclusive porque o presidente da Câmara, deputado
Arthur Lira (PP-AL), pediu também essa parceria entre a polícia legislativa e a
PF”, disse Dino.
“Estamos
com muita seriedade investigando, desde o caso da vereadora Marielle [Franco],
assassinada há cinco anos, e também esses casos diários em que há parceria com
o governo do estado do Rio e, nesse caso, enfatizo também que conversei com o
prefeito Eduardo Paes (PSD), de modo que há um mutirão hoje dos Três Poderes e
as três esferas federativas para poder debelar essa situação grave que o Rio de
Janeiro atravessa”, completou.
Investigadores
não descartam que vítima foi confundida com miliciano
Investigadores
da Polícia Civil que cuidam do caso não descartam que a execução possa ter sido
feita sem motivação política.
As
informações são dos âncoras da CNN Tainá Falcão, Gustavo Uribe e Raquel Landim
e do analista de política Leandro Resende.
A
avaliação preliminar é que os criminosos buscavam outros alvos, e não os
médicos assassinados.
Uma
das linhas da investigação sugere que um dos médicos mortos, Perseu Ribeiro
Almeida, pode ter sido confundido com o filho de um miliciano, pois os dois
teriam a aparência física muito próxima.
Segundo
essa hipótese, a execução encomendada seria a de Taillon de Alcântara Pereira
Barbosa, filho de Dalmir Pereira Barbosa, um dos principais chefes da milícia
que atua na zona oeste do Rio.
Os
policiais ouvidos pela CNN ressaltaram que as informações ainda são
preliminares, e não descartam a possibilidade de vínculo político como
motivação. Não são descartadas também as possibilidades de que o caso envolva a
milícia no estado do Rio de Janeiro, e de que os executores sejam de outros
estados.
O
diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, segue outra linha de
investigação, e disse que o crime pode ter relação com a atividade parlamentar
da deputada Sâmia Bonfim – ou do marido dela, o deputado Glauber Braga
(PSOL-RJ).
A
deputada Sâmia Bomfim chegou a registrar, no ano passado, um boletim de
ocorrência por ter sofrido ameaças de morte.
Três
médicos ortopedistas morreram – e um ficou ferido – após serem baleados na
avenida da praia da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro, na
madrugada desta quinta-feira (5).
Os
quatro foram socorridos por bombeiros. Marcos de Andrade Corsato, Perseu
Ribeiro Almeida e Diego Ralf de Souza Bomfim – irmão da deputada federal Sâmia
Bomfim (PSOL-SP) – morreram no local. Um outro médico está internado.
A
Polícia Militar do Rio de Janeiro (PM-RJ) informou que policiais do 31° BPM
(Recreio dos Bandeirantes) foram chamados para atender a uma ocorrência de
homicídio na Avenida Lúcio Costa, na praia do bairro. Chegando lá, encontraram
as quatro vítimas baleadas.
O
grupo estava no Rio de Janeiro para participar do 6º Congresso Internacional de
Cirurgia Minimamente Invasiva do Pé e Tornozelo, evento internacional com apoio
da Associação Brasileira de Medicina e Cirurgia do Tornozelo e Pé, entidade que
os médicos faziam parte.
A
informação foi confirmada à CNN pela própria associação.
A
PCRJ investiga o caminho percorrido pelo carro dos criminosos e avalia se
aconteceu alguma coisa no deslocamento do grupo de São Paulo para o Rio. A
princípio, os primeiros indícios apontam para uma execução.
O
ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, pediu que a Polícia
Federal acompanhe a investigação. Em publicação feita no X, anteriormente
conhecido como Twitter, ele atribuiu a entrada da PF no caso à “hipótese de
relação com a atuação de dois parlamentares federais”.
Sâmia
Bomfim, irmã de uma das vítimas, é casada com o também deputado federal Glauber
Braga (PSOL-RJ).
Fonte: CNN Brasil.
0 Comentários