O
corpo da jovem trans foi encontrado enrolado em um cobertor nessa terça (19),
quinze dias após ela ter sido dada como desaparecida.
A
avó da alagoana Anna Luísa Pantaleão, de 19 anos, acredita que o crime contra a
neta foi premeditado. A jovem trans, natural de Pão de Açúcar, foi encontrada
morta às margens de uma rodovia, no interior de São Paulo, e o suspeito é um
motorista de transporte por aplicativo.
Ana
Claúdia dos Santos, de 52 anos, está na capital paulista desde a última
segunda-feira (17), quando foi para a cidade procurar pela neta. O corpo da
jovem trans foi encontrado enrolado em um cobertor nessa terça (19), quinze
dias após ela ter sido dada como desaparecida. O suspeito, um homem
identificado como Lúcio, de 21 anos, foi preso e confessou o assassinato.
Em
entrevista ao TNH1, na tarde desta quarta (20), Ana Cláudia disse que a jovem
não conhecia Lúcio — que se apresentou à polícia como motorista de app. Ela
acredita que o assassinato da jovem trans foi planejado pelo autor e motivado
pelo ódio.
"A
minha neta morava em São Paulo com outras três amigas. Nenhuma dessas amigas
conhece ou havia feito contato com esse homem. Elas também contaram que não
existia nenhum tipo de contato da Anna Luísa com o autor. Acredito que foi um
crime planejado e premeditado por esse motorista de aplicativo. Foi um crime de
ódio, praticado por homofobia. O depoimento dele não condiz com o que ocorreu e
tudo o que ele falou é mentira", disse a familiar.
Segundo
a avó, o desaparecimento de Anna Luísa chegou ao conhecimento dela três dias
depois do registro na polícia. Ana Cláudia descreveu o assassino confesso como
"monstro" e "psicopata".
"As
amigas de Anna Luísa entraram em contato com a gente para comunicar o
desaparecimento dela. Eu moro em Aracaju, mas a mãe da minha neta mora em
Maceió. Desde então estamos procurando por Anna desesperadamente. Há três dias,
eu vim para São Paulo, para ajudar nas buscas pela minha neta e, infelizmente,
tivemos esse final trágico. Esse Lúcio é um monstro, e é psicopata. Ele tem que
ficar preso pelo resto da vida. Um homem como ele não pode viver em
sociedade", completou.
Corpo
ainda aguarda perícia para identificação - Ao TNH1, a avó disse que o corpo da
neta ainda não foi identificado oficialmente devido ao avançado estado de
decomposição em que ele foi encontrado. De acordo com Ana Cláudia, só um exame
de arcada dentária poderá comprovar se o corpo encontrado às margens de uma
rodovia de Pirapora do Bom Jesus, cidade do interior de São Paulo, é de Anna
Luísa.
"Estamos
aguardando o exame de identificação, para que o corpo de Anna seja Liberado
pelo IML. Ainda não foi realizado esse exame, pois o reconhecimento será feito
pela arcádia dentária dela. A Polícia Científica de SP nos deu um perspectiva
de traslado para Alagoas a partir desta próxima sexta-feira (22). Acredito que
até esta próxima segunda conseguimos liberar o corpo dela, que será velado em
Pão de Açúcar", disse.
Jovem
trans trabalhava como garota de programa - A jovem Anna Luísa Pantaleão era
natural de Pão de Açúcar e havia deixado Alagoas há cerca de um ano e meio. Ela
tinha o sonho de cursar Arquitetura, mas ao mesmo tempo, de acordo com a
família, estaria sendo aliciada para viajar para a Europa para atuar como
modelo.
Em
São Paulo, Anna Luísa trabalhava como garota de programa e antes de tomar a
decisão de seguir para outro continente queria rever os familiares.
Suspeito
confessou o crime durante depoimento -
Em depoimento à polícia, o motorista de aplicativo contou que tinha
contratado Anna Luísa, então garota de programa, mas teria desistido do serviço
ao perceber que a alagoana era transexual. A jovem teria ficado revoltada com a
situação e iniciado uma briga com o assassino confesso.
Lúcio
afirmou que Anna Luísa estaria alcoolizada e teria sacado um canivete da bolsa.
Mas, durante a luta corporal, o motorista de app teria tomado o objeto dela e a
acertado com um golpe no pescoço. Depois do crime, o motorista teria ido até um
motel no município de Santana de Parnaíba para enrolar o corpo com cobertor e
depois dispensá-lo em Pirapora.
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