Entre
janeiro a junho de 2022 o órgão recebeu 54.015 ligações criminosas, contra
38.344 no mesmo período de 2023.
O
índice de trotes recebidos pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu)
em Alagoas caiu 14,8% no primeiro semestre deste ano. Enquanto de janeiro a
junho de 2022 foram recebidas 54.015 ligações criminosas, no mesmo período de
2023 o número reduziu para 38.344.
Os
dados foram divulgados pela Coordenação Geral do Samu Alagoas nesta
segunda-feira (31) e dizem respeito às ligações telefônicas recebidas pelas
Centrais Maceió e Arapiraca. Os números mostram que as ações implementadas pelo
órgão nos últimos anos estão alcançando êxito no tocante ao combate às ligações
criminosas.
Entre
as ações promovidas pelo Samu Alagoas, destaque para o projeto Samu nas
Escolas, desenvolvido desde 2014, e que conscientiza as crianças e adolescentes
sobre os males causados pelos trotes. A iniciativa é promovida tanto na rede de
educação pública quanto na rede privada e, antes de ser desenvolvida,
anualmente o órgão recebia cerca de 500 mil ligações criminosas.
O
projeto faz parte de uma parceria entre a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau)
e a Universidade Federal de Alagoas (Ufal). No primeiro semestre deste ano o
projeto Samu nas Escolas conscientizou mais de mil crianças e adolescentes, com
noções básicas sobre primeiros socorros e também sobre os males causados pelos
trotes, conforme destaca o supervisor do Samu Maceió, médico Jhonat Silva.
“A redução do índice de trotes é fruto das
ações que foram implantadas com o projeto Samu nas Escolas ao longo dos últimos
nove anos. Por meio desta iniciativa, levamos informação sobre a importância da
conscientização de alunos dos ensinos infantil e médio sobre o tema”, destacou.
Projeto
Samu nas Escolas contribui para reduzir número de trotes em Alagoas
Servidor
do Samu Alagoas no início de sua trajetória como servidor público, o secretário
de Estado da Saúde, médico Gustavo Pontes de Miranda, destacou a relevância da
redução de trotes para o Samu. Isso porque, segundo o gestor da saúde estadual,
cada trote recebido pode representar uma ou mais vidas que não foram salvas.
“Quando
alguém liga para o Samu e passa um trote, uma ambulância é encaminhada para uma
ocorrência que não existe. Neste mesmo momento, alguém que precisa pode estar
deixando de ser atendido e perder sua vida devido a esta prática criminosa. Por
isso, a relevância do trabalho desenvolvido pelo Samu nas Escolas, cujas
orientações podem ser repassadas também pelos pais, conscientizando seus
filhos”, enfatizou Gustavo Pontes de Miranda.
Crime
Segundo
o artigo 266 do Código Penal Brasileiro (CPB), passar trote para serviços de
emergência é crime e o infrator pode pegar de um a seis meses de detenção. O
autor da ligação criminosa também pode ser condenado ao pagamento de multa, bem
como ter as penalidades duplicadas, caso o ato criminoso seja praticado em
situações de calamidade pública, a exemplo de enchentes como as que ocorreram
em Alagoas no início deste mês.
“Mesmo
com a redução dos trotes recebidos, seguimos um protocolo e, antes de ser
liberada a viatura, um TARM [Técnico Auxiliar de Regulação Médica] faz o
preenchimento de uma ficha, solicitando dados do cidadão, endereço da
ocorrência, executando, desse modo, algumas técnicas para identificar a
veracidade dos fatos. Com este check list, conseguimos ter uma noção se há
alguém precisando, realmente, de atendimento. Mas há sempre pessoas que
conseguem enganar com perfeição, por isso, combater o trote é a ação mais
eficaz”, ressaltou o coordenador do Samu Maceió.
Fonte:
Agência Alagoas.
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