O
namorado dela, Davi Izaque Martins Silva, é investigado pelo crime.
A
médica Thallita da Cruz Fernandes, de 28 anos, encontrada morta dentro de uma
mala na tarde de sexta-feira (18/8), sonhava na infância em ser veterinária,
era recém-formada e costumava fazer críticas ao machismo nas redes sociais. O
namorado dela, Davi Izaque Martins Silva, é investigado pelo crime.
O
corpo da médica estava sem roupa e com marcas de ferimentos no rosto na área de
serviço do apartamento onde morava, na Rua Coronel Spínola de Castro, em São
José do Rio Preto, no interior paulista. Também havia marcas de sangue no
quarto e no banheiro.
A
principal suspeita é que se trate de caso de feminicídio e a Polícia Civil está
à procura de Davi. A investigação começou após a Polícia Militar ser acionada
para uma ocorrência de “desinteligência de casal” e achar o cadáver da vítima.
O
Metrópoles entrou em contato com familiares de Thallita que preferiram não
falar neste momento. Nas redes sociais, Thallita costumava fazer propaganda de
chocolates caseiros vendidos pela avó, compartilhar posicionamentos políticos e
comunicar conquistas profissionais.
Carreira
Apaixonada
por animais, Thallita sempre quis ser veterinária, mas mudou de ideia antes de
prestar vestibular, segundo contou nas redes. “Falei a vida toda que queria ser
veterinária, mas desisti depois que visitei uma faculdade.”
Fez
quatro anos de cursinho e mais seis de graduação. Formada na Faculdade de
Medicina de São José do Rio Preto (Famerp), em 2021, ela se declarava
“privilegiada” por ter recebido ajuda da família nos estudos.
“Hoje
concretizo meu sonho de infância de me formar em uma faculdade pública de
excelência”, publicou, em novembro de 2021. “Agradeço aos meus pais por terem
me dado todo o apoio necessário, desde quando me incentivavam (e muito) a
estudar no colégio até toda a base emocional e financeira nos anos de cursinho
faculdade.”
Para
fazer a graduação e trabalhar, Thallita havia se mudado de Guaratinguetá,
cidade a mais de 500 quilômetros, onde os pais moram. Atualmente, ela era
plantonista em um pronto-socorro do município vizinho de Bady Bassitt, também
no interior paulista.
Redes
sociais
No
Facebook, a médica protestava contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), com
parte das suas publicações acompanhada de #EleNão. Na pandemia de Covid-19,
defendia as medidas de isolamento social e a vacinação.
Em
alguns posts, Thallita republicou páginas sobre feminismo e fazia críticas à
“cultura machista”. “Não adianta vir dar parabéns no dia 8 de março e ser um
babaca”, registrou.
Em
2015, a jovem também compartilhou uma reflexão que escreveu para contestar a
comemoração de mortes de suspeitos.
“Bandido
bom é bandido morto? Hum… Bandido seria aquele que não cumpre leis certo? Então
aquela sua sonegada nos impostos, aquela paradinha em local proibido com seu
carro, aquele RG falso (…) Acho melhor pensar mais um pouquinho”.
Investigação
Os
familiares estranham a situação após a jovem deixar de responder mensagens no
WhatsApp. “Não posso falar, o dia de serviço está muito corrido”, foi a última
resposta enviada a uma amiga no dia do crime. Ela sabia, no entanto, que
Thallita estava de folga.
Questionado
pela amiga sobre o “sumiço”, Davi teria respondido que Thallita teria deixado o
apartamento, “sem dizer para onde ia”. O corpo dela foi encontrado no local
horas depois.
Fonte:
Metrópoles.
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