Proposta por Ronaldo Medeiros (PT), o
debate visa desmistificar o uso do canabidiol no tratamento de doenças e sua
utilização pelo sistema de saúde pública. O tema da sessão é “Cannabis
medicinal e saúde pública no estado de Alagoas”.
Com o fim do recesso parlamentar, a
Assembleia Legislativa Estadual (ALE) realiza na próxima sexta-feira (4) sessão
pública para debater o uso da cannabis medicinal em Alagoas. Proposta por
Ronaldo Medeiros (PT), o debate visa desmistificar o uso do canabidiol no
tratamento de doenças e sua utilização pelo sistema de saúde pública. O tema da
sessão é “Cannabis medicinal e saúde pública no estado de Alagoas”.
“A primeira coisa que precisamos tirar
desse debate é que não se trata do uso da maconha enquanto entorpecente, mas do
uso da substância canabidiol extraído dessa planta. Sem isso, não podemos fazer
uma discussão séria, sobre esse tema tão importante que é a saúde das pessoas”,
pontua. “O canabidiol tem garantido mais qualidade de vida às pessoas que têm
feito uso dessa substância, sempre com prescrição médica”, completa Ronaldo
Medeiros.
Para o parlamentar, existe resistência
da indústria farmacêutica em relação à liberação do canabidiol no sistema de
saúde no Brasil.
“Tenho a impressão que parte da
narrativa negativa em relação ao uso medicinal da cannabis vem da indústria
farmacêutica porque essa medicação tem baixo custo e poucos efeitos colaterais,
especialmente se usado sob prescrição e acompanhamento médico”, comenta Ronaldo
Medeiros.
O parlamentar é coautor, com o
ex-deputado estadual Lobão, da Lei 8.754/2022 que “dispõe sobre o acesso
universal ao tratamento de saúde com produtos de cannabis e seus derivados; o
fomento à pesquisa sobre o uso medicinal e industrial da cannabis e adota
outras providencias correlatas”.
Mas ainda em 2021, Ronaldo Medeiros
apresentou Projeto de Lei (PL) para tonar obrigatório fornecimento de
medicamentos à base de substância ativa canabidiol (CBD) para condições médicas
debilitantes no sistema pública de saúde de Alagoas.
Segundo o PL do parlamentar, as
enfermidades em que o canabidiol pode ser usado pelo sistema público de Saúde
em Alagoas são: cancer, glaucoma, estado positivo para o vírus da
imunodeficiência adquirida (HIV), sindrome da imunodeficiência adquirida
(SIDA), mal de Parkinson, hepatite C, transtorno de espectro de autismo-TEA,
esclerose lateral amiotrófica, doença de Crohn, agitação do mal de Alzheimer, cachexia,
distrofia muscular, fibromialgia severa, aracnoidite e outras doenças e lesões
da medula espinhal, cistos de Tarlov, hidromielia, siringomielia, artrite
reumatóide, displasia fibrosa, traumatismo cranioencefálico e sindrome
pós-concussão, esclerose múltipla, sindrome de Arnold-Chiari, ataxia
espinocerebelar, sindrome de Tourette, mioclonia, distonia, distrofia
simpático-reflexa, sindrome dolorosa complexa regional, neurofibromatose,
polineuropatia desmielinizante inflamatória crónica, sindrome de Sjogren,
lupus, cistite intersticial, miastenia grave, hidrocefalia, sindrome da
unha-patela, dor limbica residual, convulsões (incluindo as caracteristicas da
epilepsia) ou os sintomas associados a essas enfermidades e seu tratamento.
Mas sendo possível, se houver
entendimento médico, para outras doenças.
Também tramita no Senado Federal um PL,
de autoria do senador Paulo Paim (PT-RS), que institui a Política Nacional de
Fornecimento Gratuito de Medicamentos Formulados de Derivado Vegetal à Base de
Canabidiol, em associação com outras substâncias canabinoides, incluindo o
tetrahidrocanabinol, nas unidades de saúde públicas e privadas conveniadas ao
Sistema Único de Saúde (SUS).
O uso de canabidiol já é uma realidade
no Brasil, ao menos desde 2014, quando uma decisão judicial, até então inédita,
permitiu que pais, em Brasília, usassem o canabidiol para tratar seu filho de
cinco anos de idade diagnosticado com síndrome de “CDKL5 15 da filha Anny”. A
criança chegava a sofrer 80 convulsões por semana devido à doença.
Atualmente, há centenas de milhares de
solicitações de uso do canabidiol no Brasil, que esbarram em trâmites judiciais
e no alto custo para a importação dos medicamentos.
SERVIÇO:
O quê: sessão pública com tema
“Cannabis medicinal e saúde pública no estado de Alagoas”
Quando: sexta-feira, 4 de agosto
Hora: 14h
Onde: Plenário da Assembleia
Legislativa
Por: Assessoria de Comunicação.
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