Leonardo
Silva, de 18 anos, disse que não se arrepende do homicídio, que se divertiu e
que não sente nada pela vítima. Ao falar com os repórteres, ele chegou a mandar
um beijo para as câmeras.
Preso
temporariamente por matar e enterrar o corpo de Nilza Costa Pingould, de 62
anos, no quintal da casa dela em Barretos (SP), o suspeito zombou do crime ao
chegar à delegacia nesta quinta-feira (3).
Leonardo
Silva, de 18 anos, disse que não se arrepende do homicídio, que se divertiu e
que não sente nada pela vítima. Ao falar com os repórteres, ele chegou a mandar
um beijo para as câmeras.
“Matei,
gente (...) por diversão também. Estava [com raiva], por muitas coisas, gente.
Minha vida é uma série. (...) Eu vou matar e vou me arrepender depois? Então
não adiantava eu matar. Que bandido é esse? Valeu [a pena]”, afirmou Silva na
porta da Delegacia de Investigações Gerais (DIG).
A
Polícia Civil instaurou um inquérito para apurar o crime de latrocínio, roubo
seguido de morte.
A
defesa de Silva não foi localizada para comentar o assunto até a publicação
desta matéria.
Responsável
pela investigação, o delegado Rafael Farias Domingo, titular da DIG, disse que
Silva demonstra extrema frieza.
“A
gente percebe [a frieza] porque ele parece não ligar para as consequências do
que ele fez. Quando chegou a Barretos, ele assumiu o crime para a imprensa. Não
apresenta remorso, planejou com tempo esse crime e não apresenta nenhum tipo de
arrependimento.”
Crime
motivado por vingança
Domingo
afirma que Silva agiu por vingança. Há cerca de quatro meses, o rapaz foi morar
nos fundos da casa de Nilza, que tinha se proposto a ajudá-lo depois que ele se
apresentou a ela como travesti. Ela o contratou para fazer serviços domésticos
e Silva pediu demissão do emprego anterior.
O
delegado afirma, no entanto, que o combinado foi desfeito porque Silva acabou
não correspondendo às expectativas dela.
“Ele
alega que o crime foi uma vingança, porque ele teria abandonado um emprego
anterior para trabalhar na casa da vítima, como serviços domésticos. O
combinado acabou sendo desfeito, porque a vítima disse que ele não tinha
compromisso e o dispensou. Ele ficou sem o emprego anterior, sem lugar pra
morar e ficou com muita raiva e começou a planejar a morte dela.”
Crime
premeditado
Domingo
apurou que Silva voltou a Barretos no dia 22 de julho e sondou a residência de
Nilza. Na madrugada para o dia 24 de julho, ele pulou o muro da casa e ficou
escondido em um quarto nos fundos. Quando o dia amanheceu, ele a surpreendeu no
cômodo e a matou por asfixia com um fio.
Antes
de enterrar o corpo no quintal, o suspeito permaneceu na casa por alguns dias.
Ele teve tempo de obter dados bancários da vítima para fazer compras. Uma moto
chegou a ser comprada para ser entregue em um apartamento que ele tinha alugado
em Barretos com o dinheiro de Nilza.
Segundo
o delegado, Silva ainda comprou uma pá em uma loja de construções para cavar o
jardim, cimento e cal.
Imagens
das câmeras de segurança da casa mostram-no manuseando um baú, onde o corpo foi
colocado para ser enterrado no dia 27 de julho, três dias após o crime.
Como
o corpo foi encontrado
O
corpo de Nilza foi achado na segunda-feira (31). Vizinhos desconfiaram do
sumiço dela e acionaram a polícia.
Um
investigador esteve no local e suspeitou da terra remexida no jardim da casa no
bairro Los Angeles. Ao verificar, descobriu a moradora morta.
A
central de monitoramento da casa foi apreendida e ajudou a polícia a
identificar o suspeito. Vizinhos também relataram ter visto um homem na porta
da casa e que havia se apresentado como um sobrinho dela que morava em Planura
(MG).
Nesta
quinta-feira, a polícia prendeu Silva em Frutal (MG). Segundo a polícia, o
celular de Nilza estava com ele, e o delegado suspeita que ele tenha tido
acesso à conta bancária dela por meio do telefone.
Silva
foi levado para a Cadeia de Colina (SP). A polícia deve representar pela prisão
preventiva dele.
0 Comentários