Caso
aconteceu em Guaratinga, no extremo sul da Bahia. Sogro e marido de Hyara, que
também é adolescente, desapareceram logo após a morte da vítima.
O
pai da adolescente Hyara Flor Santos Alves, morta aos 14 anos na cidade de
Guaratinga, extremo sul da Bahia, afirma que a filha foi morta pela família do
marido da vítima – outro jovem de 14 anos. Hiago Alves disse que uma vingança
motivou o feminicídio.
"Eles
armaram, me induziram [a conceder o casamento]. Mataram minha filha, em uma
morte injusta, por vingança. Meu irmão tinha caso com a mulher dele [sogro de
Hyara], ao invés dele descontar e brigar com meu irmão, eles mataram minha
filha inocente", disse o pai da vítima.
"Eu
quero pedir justiça pela minha filha, em primeiro lugar. Mataram uma criança
inocente. Eu quero justiça, a justiça de Deus e a da delegacia”, disse.
O
crime aconteceu na quinta-feira (6) e, até esta terça-feira (11), ninguém havia
sido preso. O marido de Hyara e o pai dele desapareceram logo após a morte da
adolescente. A Polícia informou que já tem indícios de quem matou a garota, bem
como a motivação, mas não deu detalhes sobre o caso.
Ainda
de acordo com Hiago, a adolescente vinha sofrendo violência doméstica desde o
dia em que foi morar com a família do marido, há 46 dias, quando a cerimônia
religiosa do matrimônio foi celebrada em uma igreja católica de Guaratinga.
“Minha
filha, desde o primeiro dia que casou com ele, estava sofrendo. Compraram
estaca [pedaço de pau] para bater em minha filha. Vi minha filha com o braço
roxo e perguntei o que era aquilo. A mãe dele [genro] não deixou minha filha
responder, e disse que tinha sido eles dois brincando, que ele tinha mordido
ela”.
Entenda
o que se sabe sobre o caso:
Quem
é a vítima?
Hyara
Flor Santos Alves, de 14 anos, é de uma comunidade cigana que fica na cidade de
Guaratinga, no extremo sul do estado. Ela era casada com um outro adolescente,
que não teve o nome divulgado.
Como
Hyara foi morta?
A
polícia ainda apura as circunstâncias da morte da adolescente, que foi baleada
no queixo. Ela foi socorrida para o Hospital Municipal de Guaratinga, mas não
resistiu.
Segundo
a polícia, as pessoas que levaram Hyara ao hospital contaram que o disparo foi
acidental. Porém, os funcionários da unidade de saúde desconfiaram do caso e
acionaram a Polícia Militar.
Uma
pistola calibre 380, com dois carregadores e munições, foram apreendidos no
local do crime e encaminhados à perícia.
O
que a Polícia Civil investiga?
A
Polícia Civil trata o caso como feminicídio e disse que já tem indícios da
autoria. Apesar disso, a corporação não deu mais detalhes sobre o caso, porque
trabalha com o máximo de sigilo para que não haja interferências na
investigação.
Em nota,
a Polícia Militar informou que, ao chegar no hospital para atender a ocorrência
no dia 6 de julho, os agentes foram informados por populares que o esposo de
Hyara, o pai dele e um terceiro homem teriam fugido por uma estrada de terra
que dá acesso à cidade de Itamaraju, também no extremo sul da Bahia. Eles ainda
não foram localizados.
O
que diz a advogada da vítima e a mãe da adolescente?
A
advogada da família da Hyara afirmou que acompanha as investigações e que ainda
não tem conhecimento sobre as circunstancias do caso.
Nany
Guimarães, mãe da adolescente, diz que a filha foi morta. Ela também desmentiu
uma notícia de que o esposo, pai da vítima, teria oferecido R$ 300 mil para
quem encontrasse o responsável pelo crime.
"Minha
filha foi assassinada inocentemente", afirmou em um vídeo publicado em uma
rede social.
Repercussão
O
caso teve bastante repercussão nas redes sociais e foi comentado pela autora de
novelas Glória Perez.
Em
uma publicação, a escritora afirmou que Hyara e o marido se casaram há menos de
dois meses. Ela contou também que os dois tem 14 anos, e, conforme a tradição,
tiveram o casamento arranjado pelos pais, que são de famílias amigas.
As
informações não foram confirmadas pela polícia, que trata o caso com sigilo
devido a quantidade de fake news que tem surgido nas redes sociais.
Fonte:
G1 Bahia.
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