Investigação
sobre assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes
ganhou novo capítulo após delação premiada de Élcio Queiroz.
O
ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), disse, nesta terça-feira (25), que
ficou impressionado com “a quantidade de gente incomodada” com o avanço das
investigações sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista
Anderson Gomes.
O
caso Marielle ganhou um novo capítulo, nesta segunda-feira (24), após a delação
premiada de Élcio Queiroz, que levou a uma operação conjunta da Polícia Federal
(PF) e Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ).
“Me
impressiona a quantidade de gente incomodada com o avanço das investigações do
caso Marielle. Me impressiona, mas não me intimida nem desmotiva”, escreveu o
ministro no Twitter.
“Vi
de tudo nas últimas 24 horas: disparates jurídicos proferidos por
incompetentes; comentários grosseiros na TV; campanhas de desinformação via
internet; reclamação pela presença da Polícia Federal nas investigações. Sabem
o que mudou no nosso caminho de luta? NADA.”, completou.
Novas
delações devem ser fechadas em breve, dizem à CNN agentes da Polícia Federal
(PF) que participam da investigação do assassinato.
Conforme
relatos feitos à CNN, nas últimas semanas, a Polícia Federal recebeu
sinalizações sobre a disposição de suspeitos de envolvimento no assassinato
prestarem depoimento.
A
avaliação dos policiais é de que a delação premiada de Élcio tem potencial de
gerar um efeito cascata sobre outros nomes na mira da investigação da PF.
Isso
aconteceria porque outros investigados podem aderir a acordos de delação
premiada até para se blindarem de eventuais acusações.
Novo
patamar
O
ministro da Justiça, Flávio Dino, declarou que agora a investigação mudou de
patamar, e terá como novo foco os mandantes do crime.
“A
investigação agora se conclui em relação ao patamar da execução e há elementos
para um novo patamar, qual seja investigação dos mandantes do crime.
Naturalmente, há aspectos que ainda estão em segredo de Justiça”, expôs o
ministro.
Dino
reiterou que as investigações continuam em aberto, e que a operação da PF e do
Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) de segunda-feira marcam o fim de
uma etapa do processo investigativo.
“Nas
próximas semanas, provavelmente haverá novas operações derivadas desse conjunto
de provas colhidas hoje”, acrescentou.
Dino
ainda disse que “é indiscutível” o envolvimento das milícias do Rio de Janeiro
no caso, “até onde vai isso, as novas etapas vão revelar”.
“Sem
dúvida, há a participação de outras pessoas, isso é indiscutível. As
investigações mostram a participação das milícias e do crime organizado do Rio
de Janeiro no crime”, informou o ministro da Justiça, dizendo que “não há crime
perfeito”.
“Os
fatos até agora revelados e as novas provas colhidas indicam isto, que há forte
vinculação desses homicídios, especialmente o da vereadora Marielle, com
atuação das milícias e do crime organizado no Rio de Janeiro. Isto é
indiscutível. Até onde vai isso? As novas etapas vão revelar”, completou.
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