Jovem contou à polícia como
entrou na residência, esfaqueou a docente e fugiu, em Inhumas. Cleide Aparecida
tinha 60 anos e dedicou a maior parte da vida para a educação.
Um ex-aluno da professora
Cleide Aparecida dos Santos, de 60 anos, invadiu a residência dela, a matou com
golpes de faca e fugiu de bicicleta na madrugada da quarta-feira (24), em
Inhumas, conforme informou a polícia. O jovem de 24 anos, que trabalha como
auxiliar de produção, contou à Polícia Civil que manteve um sentimento de raiva
contra a docente por cerca de 8 anos. Essa raiva surgiu de supostas broncas que
Cleide dava nele por bagunças em sala de aula.
O nome do suspeito não foi divulgado pela polícia. Por isso,
o g1 não localizou a defesa para se manifestar até a última atualização desta
reportagem.
No dia do crime, o sentimento se reacendeu quando o jovem
passou pela casa da professora, a cumprimentou, mas foi aparentemente ignorado
por ela. Em depoimento, ele contou que esse gesto foi o estopim para cometer o
crime.
No dia do crime, o
sentimento se reacendeu quando o jovem passou pela casa da professora, a
cumprimentou, mas foi aparentemente ignorado por ela. Em depoimento, ele contou
que esse gesto foi o estopim para cometer o crime.
Após matar a professora e
fugir, ele procurou atendimento médico numa Unidade de Pronto Atendimento (UPA)
com um dos pés machucado. A Polícia Militar foi avisada e prendeu o rapaz na
unidade médica. Para a polícia, ele disse que se cortou ao chutar a porta da
casa.
Um vídeo de câmera de
segurança mostra quando o ex-aluno fugiu da casa dela logo após o crime. Ele
aparece na rua indo embora em uma bicicleta.
A professora foi enterrada
em Inhumas sob forte comoção de familiares e alunos. No dia seguinte após a
morte, a escola em que ela trabalhava suspendeu as aulas por motivo de luto.
A Secretaria Estadual de
Educação informou que Cleide era servidora efetiva da rede estadual de ensino
desde 1985, quando entrou para o magistério aos 23 anos de idade. A docente
dedicou 37 anos de sua vida à educação.
Raiva das broncas
Segundo a versão do jovem,
mesmo com as broncas em sala de aula, a professora nunca aplicou uma punição
formal, como advertências ou suspensão, era sempre verbal. O jovem e a docente
conviveram por 3 anos, segundo ele.
Na época, o jovem disse que
ela era diretora da escola Castelo Branco. Fora do colégio, ele relatou se
sentir ofendido em alguns encontros com a professora quando ia levar os irmãos
para a escola.
"Quando se deparava com
Cleide na rua e esta o via, ela colocava a mão na boca e fazia algum gesto, que
considerava como ofensa. Sempre que me via, dizia: 'Sai para lá, traste'",
relembrou no depoimento.
Depois de mais velho, ele
disse que estava na escola onde a professora trabalhava, há alguns anos, e
presenciou uma aluna sendo injuriada por ela e isso o fez lembrar de quando
levava as tais broncas no colégio.
Crime
O auxiliar de produção
admitiu à polícia ter matado a professora em razão dessa raiva mantida por
cerca de 8 anos. A intenção inicial era dar um susto nela, mas acabou a
esfaqueando por ficar com raiva na hora.
Em detalhes, ele relatou que
pulou o muro da casa e quebrou a porta dos fundos. Assim, o jovem entrou na
residência, mas encontrou um rapaz e correu para trás. Neste momento, a lâmpada
do lado de fora se acendeu e ele voltou.
"O rapaz disse que era
ladrão. Então correu para trás da casa e depois ouviu um barulho na porta da
frente. Foi até a janela e viu a vítima. Ela então abriu a porta e ficou por
trás da porta", disse em depoimento.
Em seguida, o jovem relata
que deu um chute na porta e entrou na casa. Ao se encontrar com a professora,
começou a dar facadas nela. Ele disse que não se recorda de quantas facadas deu
na idosa.
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