Número passou de 12.352, em
2017, para 9.536, em 2021, uma queda de 22,8%; redução é atribuída a debates
realizados nos 102 municípios alagoanos, por meio do Programa Saúde na Escola
(PSE), com apoio da Sesau.
O Fundo de População das Nações
Unidas (UNFPA) considera a gravidez na adolescência uma questão de saúde
pública, pois as mães mais jovens podem enfrentar maiores riscos de morte e de
invalidez durante a gestação e na hora do parto. Além disso, a jovem grávida
tem sua infância abruptamente interrompida, uma educação reduzida e perda de
oportunidades.
Thalyne Araújo, coordenadora
de saúde do adolescente da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau), explica que a
maioria dos casos de gravidez na adolescência é indesejável e que isso ocorre
por falta de informação e falta de apoio das redes familiares e comunitárias.
“Independentemente de ser planejada ou não, a gravidez precoce aumenta o risco
de óbito materno e infantil, bem como o risco de parto prematuro, anemia,
aborto espontâneo, eclampsia e depressão pós-parto”, esclarece a coordenadora.
A notícia boa é que, de
acordo com dados Sistema de Informação de Nascidos Vivos (Sinasc), o Estado de
Alagoas vem declinando nos últimos cinco anos com relação ao número de nascidos
vivos de mães na faixa etária de 10 a 19 anos. Em 2017, esse número era de
12.352, em 2018 baixou para 11.942, em 2019 reduziu para 10.756, em 2020 caiu
para 9.855 e em 2021 a taxa chegou a 9.536. Ou seja, nos últimos cinco anos
houve uma queda de 22,8% nessa taxa.
Thalyne afirma, ainda, que a
queda nesse número está diretamente relacionada aos debates que vêm sido
realizados nos 102 municípios de Alagoas, por meio do Programa Saúde na Escola
(PSE), sempre com o apoio logístico da Sesau. Esses debates giram em torno da
prevenção da gravidez na adolescência e da discussão sobre o desenvolvimento
afetivo enquanto aspecto inerente ao desenvolvimento da sexualidade.
Workshop - E com o objetivo
de ampliar o acolhimento e a assistência precoce para usuários na faixa etária
dos 10 aos 19 anos, na Atenção Básica, a Coordenação da Saúde do Adolescente da
Sesau realizará um workshop sobre prevenção à gravidez na adolescência no mês
de julho. Durante o evento serão abordados
temas como educação sexual e a contracepção na adolescência.
Dados sobre gravidez na
adolescência no Brasil e no mundo - De acordo com relatório publicado em 2018
pela Organização Pan-Americana da Saúde da Organização Mundial da Saúde
(OPAS/OMS), Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) e UNFPA, apontam
que a taxa mundial de gravidez adolescente é estimada em 46 nascimentos para
cada mil mulheres entre 15 e 19 anos.
Na América Latina e no
Caribe, a taxa é bem maior e está estimada em 65,5 nascimentos. No Brasil, país
com a maior taxa de mães adolescentes da América Latina, esse número chega a
68,4 nascimentos a cada mil adolescentes. Vale esclarecer que a Organização
Mundial de Saúde (OMS) considera gravidez na adolescência, a gestação em jovens
que têm entre 10 e 19 anos.
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