O
médico infectologista Renee Oliveira, que atua no PAM Salgadinho, respondeu as
principais dúvidas em relação às duas doenças, como sintomas, formas de
proteção e população mais afetada.
Tosse,
febre, dores de cabeça e nas articulações são sintomas que têm confundido
muitas pessoas nas últimas semanas. Os sinais podem ser indicativos tanto de
Covid-19 quanto de H3N2, variante do vírus influenza A. As duas doenças
respiratórias, por apresentar muitas semelhanças, podem dificultar o
diagnóstico de quem for acometido por um quadro de síndrome gripal. Para
auxiliar no diagnóstico correto, é preciso conhecer os sintomas de cada
infecção, além de realizar exames específicos que ajudam nessa identificação. O
médico infectologista Renee Oliveira, que atua no PAM Salgadinho, respondeu as
principais dúvidas em relação às duas doenças, como sintomas, formas de
proteção e população mais afetada.
Como
diferenciar os sintomas da Covid-19 e da influenza? É preciso deixar claro que
diferenciar uma doença da outra é difícil, pois os sintomas das duas são muito
parecidos. Porém, existem sinais que apresentam uma tendência de serem mais
presentes em uma patologia que em outra. Por exemplo, a temperatura mais
elevada é mais frequente em casos de gripe, assim como tosse seca, coriza,
dores musculares e dores de cabeça. Se os sintomas se arrastam por um tempo
mais longo, tende a ser Covid-19, que também tem como sintomas o cansaço e a
tosse mais persistente.
Quando
o paciente apresenta um quadro forte de síndrome gripal, e principalmente com
elevação de temperatura por tempo prolongado (que é indicativo de influenza), é
importante fazer a pesquisa para as duas patologias por meio de exames
específicos, que vão identificar a presença do SARS-CoV-2 para os casos de
Covid-19 ou de algum outro vírus que provoque a influenza A ou B. Os exames são
o SWAB (para Covid-19) e o Painel Viral, que busca analisar os vírus
respiratórios que causam as síndromes gripais.
O
que fazer se houver uma dupla infecção (coinfecção), por gripe e Covid-19?
Quando a pessoa contrai os dois vírus ao mesmo tempo, os sintomas serão
simultâneos e não há uma diferenciação muito grande. O paciente pode ter febre
alta e súbita, principalmente na influenza, e terá dor no corpo nas duas
infecções, tosse e dor nas articulações. Com a nova variante Ômicron, ele pode
ter dor de garganta, rinite e/ou sinusite, então, não existe como fazer a
diferença apenas pelos sintomas, sem um exame.
A
“Flurona”, que é a existência dos dois vírus na mesma pessoa, não é algo
difícil de acontecer, pois a via de transmissão é a mesma e a forma de
contágio, também. O paciente se contamina pela fala, saliva, contato, objetos
contaminados que levam à boca. E sendo infectado pelos dois vírus, vai
apresentar sintomas dos dois.
Qual
o público mais vulnerável? Em casos de Covid-19, mas principalmente em casos de
gripe, alguns grupos merecem atenção especial. As crianças menores costumam ser
mais atingidas pela gripe que pela Covid-19. A sintomatologia nesse público e o
quadro clínico podem evoluir de maneira mais preocupante para uma pneumonia,
uma otite ou um quadro respiratório mais sério.Outros dois grupos que também
merecem atenção especial são os idosos e as gestantes, tanto para a gripe
quanto para a Covid-19, que podem evoluir para quadros mais graves. Com base
nisso, evidencio a necessidade e a importância da vacinação, que garante uma
proteção para esses grupos que são predispostos a evoluir.
Como
se proteger tanto da gripe quanto da Covid-19? A explosão de casos da H2N3 tem
uma relação muito próxima com a baixa adesão às medidas de proteção individual
e distanciamento social. A diminuição de casos de Covid-19 e o relaxamento
dessas medidas mostraram o quanto elas são importantes, pois, por ironia, foi
exatamente nesse momento que explodiram os casos de influenza.
O
tempo em que ficamos livres de quadros de gripe de intensidade maior denota que
a nossa população estava obedecendo as regras de proteção contra a Covid-19.
Esses protocolos também foram muito úteis para o vírus da gripe. Quando foram
deixadas de lado, tanto a Covid reapareceu com maior intensidade quanto essa
nova cepa da influenza. É preciso retomar as medidas de proteção, pois a
preocupação é dupla.
Quais
são os cuidados necessários, em caso de infecção? Os cuidados para a
recuperação do paciente, nos dois casos, não mudam muito. É necessário o
isolamento, o distanciamento social, a higienização das mãos, o uso de máscara,
hidratação, repouso e fármacos para aliviar a sintomatologia.
Para
casos leves de síndromes respiratórias, os usuários podem procurar as Unidades
Básicas de Saúde. Já para quadros mais graves, tanto de gripe quanto de
Covid-19, os usuários deve procurar as Unidades de Pronto Atendimento (UPAs).
0 Comentários