As prisões ocorreram na
capital e no interior.
O Ministério Público do
Estado de Alagoas, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime
Organizado (Gaeco), e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar (BPTran)
coordenaram, nesta segunda-feira (13), a operação PIX, que teve o objetivo de
prender três policiais militares e um outro homem acusados de cobrarem propina
para liberar motoristas autuados por infrações no trânsito. As prisões
ocorreram na capital e no interior.
A ação cumpriu quatro
mandados de prisão e mais quatro de busca e apreensão em Maceió e no município
de Arapiraca. “Estávamos monitorando esses PMs já há algum tempo e, durante
toda a investigação, conseguimos constatar que eles estavam cobrando propina
para liberar as multas. Em alguns casos, inclusive, flagramos diálogos dos
policiais negociando o valor a ser recebido por meio de pix”, explicaram os
promotores de Justiça do Gaeco.
Os militares e o civil foram
encaminhados à sede do Gaeco para prestar depoimento e, em seguida, ficarão
detidos na sede do BPTran.
O esquema - “Policiais
Militares lotados no Batalhão de Trânsito da Polícia Militar do Estado de
Alagoas usariam dos serviços realizados por eles, que seria a fiscalização de
trânsito, para exigir o pagamento de propina em troca da liberação da aplicação
das multas. Supostamente, duas guarnições estariam envolvidas no esquema e
atuariam fazendo abordagens a motoristas e, em caso de encontrarem possível
irregularidade definida pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), obrigariam o
condutor a pagar propina com o intuito de não ter a multa aplicada ou a
Carteira Nacional de Habilitação (CNH) ou próprio veículo recolhido. Ademais,
quando aqueles motoristas, que no momento da abordagem, alegavam não possuir
dinheiro para escapar da penalidade e consequentemente da apreensão de sua CNH
e carro, as equipes obrigavam a realização dos depósitos”, detalhou o Gaeco.
“Os suspeitos, de forma
deliberada e cinicamente, obrigavam os condutores a fazerem transferências
bancárias, e esse esquema foi descortinado pelo Ministério Público, que atuou
com o Gaeco e a Promotoria de Justiça de Controle Externo da Atividade
Policial, e com a ajuda da própria Polícia Militar. Está configurada a
materialidade do crime”, reforçou o Grupo de Atuação Especial de Combate ao
Crime Organizado.
Diálogos - Num
dos diálogos, um policial que participa do esquema recebe uma ligação de outro
militar, informando que um veículo foi apreendido por não estar emplacado. O PM
orientou o colega a não aplicar a multa e disse que chamaria um guincho para
recolher o carro. A empresa foi acionada para levar o veículo, no entanto, para
isso, o motorista precisara pagar a propina, cuja transferência teria sido
feita para uma conta no Banco Bradesco. Essa conta pertence ao outro homem
preso que participava do esquema emprestando os dados bancários para o
recebimento do dinheiro ilegal.
Em outra conversa
interceptada, o mesmo policial, que supostamente comanda o negócio ilícito,
orienta um condutor a deixar o dinheiro da propina em um estabelecimento
comercial que pertence a um membro da sua família.
“É importante destacarmos
que a apuração não está encerrada e que os trabalhos continuarão”, garantiram
os promotores de Justiça, informando ainda que foram recolhidas armas,
munições, aparelhos celulares e dinheiro, possivelmente fruto das supostas
propinas cobradas.
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