Nas redes sociais, uma
pessoa chegou a ameaçar dar cinco tiros na cabeça dela por causa da celebração
do casamento.
A notícia da celebração do
primeiro casamento entre duas mulheres em uma instituição religiosa de Maceió
gerou uma série de comentários sobre orgulho e coragem para a pastora
evangélica e teológica Odja Barros. Mas o feito, infelizmente, também foi reverberado
em uma corrente de ódio, que chegou à pastora em forma de ameaça contra a vida.
Uma pessoa chegou a enviar para a religiosa foto de uma arma e áudios, dizendo
que estava monitorando a ela e à família dela e que iria dar cinco tiros na
cabeça dela por causa da celebração do casamento. A pastora procurou a polícia
para registrar um Boletim de Ocorrência e também a Secretária de Estado da
Mulher e dos Direitos Humanos (Semudh), para que tome ciência e acompanhe o
caso.
Alana Barros, filha da
pastora, compartilhou no Twitter que a mãe está recebendo ameaças desde que a
realização do casamento se tornou pública. "Minha mãe é a pastora Odja
Barros, doutora e teóloga feminista há mais de 20 anos. Desde a veiculação da
notícia de que celebrou um casamento homoafetivo vem sofrendo uma enxurrada de
comentários e ameaças no seu Instagram. O ódio religioso é terrível!",
escreveu a jovem.
Nesta quarta-feira (15), o
Grupo Gay de Alagoas (GGAL) emitiu uma nota de repúdio informando que um um
perfil no Instagram ameaçou "atirar várias vezes" na cabeça da
religiosa, que se apresenta como estudiosa da bíblia e teóloga feminista.
"Nos solidarizamos com a pastora e familiares, que diretamente ou
indiretamente sofrem a tensão pelas ameaças proferidas por algum criminoso covarde,
que através de sua rede social ou um fake, ameaçou a pastora de atirar por
várias vezes em sua cabeça", traz um trecho da nota.
"Mesmo a luta do
movimento LGBTQIA+ sendo por direitos civis, aqueles conquistados e garantidos
através de decretos, portarias, resoluções e em especial os em leis, não
podemos deixar de ovacionar a pastora e teóloga Odja Barros por abrir as portas
de sua igreja e acolher minorias. Aqui ressalto, mais uma vez, que cobraremos
incansavelmente celeridade e rigor por parte do delegado-geral da Polícia Civil
de Alagoas, Carlos Alberto Rocha Fernandes Reis, para que o mais rápido
possível esse criminoso seja preso, ao mesmo tempo também cobraremos da
justiça, que o direito fundamental de liberdade de expressão religiosa não seja
tirado por criminosos como esse", informou, na nota, o presidente do GGAL,
Nildo Correia.
Nessa terça-feira (14) a
pastora foi recebidapela superintendência de políticas para os Direitos Humanos
e a Igualdade Racial, junto à secretária Maria Silva, que realizaram a oitiva
do caso. Após o encontro, o encaminhamento foi a reunião na Delegacia Geral da
Polícia Civil pra garantir a investigação e os procedimentos de segurança da
religiosa.
Segundo informações obtidas
pelo TNH1 a reunião está sendo realizada no final da manhã desta quarta-feira
(15) na sede da Delegacia Geral da Polícia Civil, em Jacarecica. Reconhecida
como um marco para a comunidade LGBTQIA +, a cerimônia realizada pela pastora
uniu as jovens Tuane Alves e Erika Ribeiro, ambas de 29 anos.
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